RS e SP vão concentrar principais manifestações pró e contra Lula
Semana de julgamento de recurso do ex-presidente contará com diversos atos. Lula participará de manifestação em São Paulo
atualizado
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O julgamento do recurso do ex-presidente Lula reverbera bem além das paredes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Em todo o Brasil, movimentos contrários e a favor do petista preparam grandes manifestações para o próximo dia 24, quando a Corte federal decidirá se mantém a condenação de primeira instância pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro ou se absolve o ex-presidente da República.
O principal palco dos atos é Porto Alegre (RS), cidade que abriga a sede do TRF-4. No lado dos favoráveis a Lula, estão movimentos organizados pelo Partido dos Trabalhadores (PT), pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e pelas frentes populares Povo Sem Medo e Brasil Popular. Caravanas de vários pontos do país devem viajar à capital gaúcha já no início da próxima semana, para acompanhar o julgamento.
De acordo com a parlamentar, o número de veículos pode crescer. “Não está tudo fechado, porque muitas pessoas ainda estão nos procurando”, alega Kokay. “Os atos têm o objetivo de mostrar a indignação da população. Esse processo é cheio de inconsistências e coloca em risco a democracia. É uma tentativa de golpe para tirar Lula das eleições”, finaliza.
Na noite do dia 23, véspera do julgamento, o partido também organiza uma vigília em diversas cidades do país. A manifestação deve seguir pela madrugada e vai até o dia 24.
O ex-presidente Lula, no entanto, não deve ir à capital gaúcha. O plano é que ele fique em São Paulo, no dia do julgamento, e participe de um ato na Avenida Paulista organizado pela CUT. O evento, marcado para as 17h do dia 24 de janeiro, ocorrerá em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Contrários
Entre aqueles que pedem a manutenção da condenação do ex-presidente, também estão sendo organizados atos em diversos pontos do Brasil. Os membros do movimento Vem Pra Rua, por exemplo, realizarão protestos em 29 cidades de 16 estados (confira abaixo).
Segundo o grupo, “o TRF-4 terá a oportunidade de confirmar a decisão do juiz Sérgio Moro, ao condenar em segunda instância o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse será o maior símbolo do fim da impunidade no Brasil, atestando que a Justiça no país, de fato, funciona igualmente para todos, independentemente de cargo, influência, poder ou dinheiro.”
A lista de cidades onde o Vem Pra Rua fará manifestações, no entanto, não inclui Porto Alegre. Lá, a movimentação contrária a Lula deve ficar por conta do Movimento Brasil Livre. Para o dia 24, os ativistas do MBL preparam o CarnaLula – que, segundo o grupo, vai comemorar “o início da libertação do Brasil”. Na página do evento, no Facebook, 1,2 mil pessoas já confirmaram presença.
Esquema de segurança
Para lidar com o grande número de manifestações no dia do julgamento, o governo do Rio Grande do Sul criou um comitê especial. Uma das medidas de segurança adotadas é a convocação, a partir desta semana, de policiais militares do interior do estado, para atuação na capital, no dia 24. A expectativa é que sejam chamados PMs de Passo Fundo (RS) e Santa Maria (RS).
O acesso à sede do tribunal também deverá ser restrito no dia do julgamento, e manifestações nos arredores do prédio estão proibidas. Os servidores do TRF-4 que não estão envolvidos no processo do ex-presidente ganharam uma folga no dia 24. Na véspera, trabalharão apenas das 8h às 12h.
Nessa segunda-feira (15), o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, desembargador Thompson Flores, reuniu-se com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, para discutir a segurança no julgamento.
Denúncia
O julgamento da próxima semana vai analisar recurso ajuizado pela defesa do ex-presidente Lula contra a sentença de primeira instância, do juiz Sérgio Moro, que condenou o petista a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em julho do ano passado.
Ele é acusado de favorecer a construtora OAS em contratos com a Petrobras, em troca de propina. Um dos supostos repasses indevidos ao ex-presidente teria sido feito por meio de um apartamento triplex, no Guarujá (SP).