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Porto Alegre – Assim como diversas iniciativas voluntárias pelo estado do Rio Grande do Sul, castigado pelas chuvas, há cerca de uma semana um grupo de empreendedores de gastronomia se reúne diariamente na cozinha de um restaurante do Bairro Auxiliadora, em Porto Alegre, para preparar marmitas que possam para matar a fome de quem perdeu tudo nas enchentes.
Na cozinha do restaurante Le Bateau Ivre, estão sendo produzidos em torno de 700 marmitas por dia, 500 lanches e centenas de kits que eles denominaram de “kits kids”, compostos por biscoitos, sucos e material de higiene.
Diariamente, são cerca de 30 pessoas engajadas na feitura dos pratos. Gabriela Cunha (veja vídeo abaixo), do wine bar Brut e Rosé, diz que a produção foi ajustada sob demanda para evitar desperdício, pois muitas marmitas estavam sendo desperdiçadas.
O trabalho deles é uma pontinha de uma estrutura gigante de voluntários que mobiliza pessoas em diversos pontos do estado e do país. A empresária Letícia Mâncio, fundadora da FeedMe, uma rede social gastronômica, é uma das responsáveis por articular doações de alimentos que abastecem a cozinha do Le Bateau.
A mobilização do grupo gaúcho conta com apoio de três estados do Brasil. Mantimentos saem de diversos pontos dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro e se somam às doações de cargas. A última parada para arrecadação é na cidade de Brusque (SC), antes dos destinos finais, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
Carretas com 14 toneladas de mantimentos
Apoiado pelo Projeto Gaia, formado por empresários, influenciadores e lojistas, foram recebidas duas carretas de doações totalizando 14 toneladas de água potável, colchões, cobertores, roupas novas entre outros.
A logística do grupo escolheu um ponto de distribuição na cidade de Alvorada (RS), reunindo mais de 40 voluntários para descarregamento das carretas. Parte das doações foram destinadas para Porto Alegre, e a maior parte para ser distribuída diretamente a abrigos de Alvorada, Sarandi e região.
“O nosso foco é ser um facilitador responsável, fazendo o máximo para tornar o movimento organizado sem desperdícios de alimento, recursos e energia. Fazendo com que tudo que recebemos realmente chegue nas mãos de quem precisa e de quem está na linha de frente fazendo acontecer”, diz Letícia.