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RS: 27 PMs indiciados por corrupção, formação de milícia e extorsão

Inquérito que levou um ano para ser concluído e tem cerca de 3 mil páginas detalha a ligação de 27 policiais com criminosos da região

atualizado

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1 de 1 arma-de-fogo1 - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Uma investigação interna da Brigada Militar – a Polícia Militar no Rio Grande do Sul – indiciou 27 policiais militares do 24º Batalhão de Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre, por crimes como formação de milícia, corrupção, apropriação de dinheiro ou bens e extorsão. A informação é do portal Gaúcha ZH.

O inquérito, que teve mais de um ano de duração e tem mais de 3 mil páginas, detalha a ligação de alguns dos policiais com criminosos da região.

São apontados como participantes nos crimes 24 soldados, dois sargentos e um capitão da corporação. O número de indiciados é o maior que se tem notícia recente de uma mesma unidade da BM – quase um quinto do contingente, que é de cerca de 150 PMs, foi indiciado.

A reportagem teve acesso à lista dos crimes imputados a cada um dos militares. Além deles, outras oito pessoas que não são da corporação foram indiciadas, incluindo um guarda municipal também de Alvorada.

Entre os 42 crimes, o de formação de milícia é o que mais chama atenção. Cinco policiais militares foram indiciados pelo delito. Trecho do inquérito policial militar (IPM) afirma que, “com utilização de armas de fogo, realizariam extorsões a traficantes em pontos de venda de entorpecentes”.

Em outra ocasião, três soldados teriam se apropriado de valores do tráfico de drogas em uma ocorrência. O inquérito narra que os policiais abordaram um suspeito em uma rua do bairro Sumaré, em Alvorada. Encontraram com ele pequenas porções de maconha, cocaína e crack. Mas a investigação aponta que as drogas e dinheiro teriam sido repartidos entre os soldados, em vez de apreendidos.

Há outros 15 casos no inquérito em que situações semelhantes, de apropriação de bens apreendidos, são descritos.

Brigada Militar

A Brigada Militar se manifestou por meio de nota à reportagem. No texto, adiantou que o caderno investigativo conta com mais de 15 volumes, totalizando 2.898 páginas.

A corporação também confirma que foram atribuídos aos indiciados militares diversos tipos de delitos militares, tais como abandono de serviço, corrupção ativa e passiva, violação do sigilo funcional, peculato, prevaricação, crimes previstos no estatuto do desarmamento, abuso de autoridade, dentre outros.

A BM não explicou se os policiais estão afastados. No entanto, a nota afirma que o próximo passo é “realizar a instauração dos processos disciplinares decorrentes da solução do IPM (inquérito policial militar), sob o crivo da ampla defesa e contraditório, visando avaliar a conduta de cada policial militar indiciado”. Também diz que, ao final do processo, os militares poderão sofrer desde uma advertência até a perda do cargo público por meio de exclusão.

Justiça

A Justiça Militar, por meio da assessoria de imprensa, disse que já recebeu os autos, que agora serão repassados para a 1ª Auditoria Militar do Ministério Público. O MP afirmou ainda aguarda vista do inquérito para ter acesso à documentação e, então, poder se manifestar sobre o caso. As acusações contra os civis serão repassadas para a Justiça comum.

Os nomes dos indiciados não estão sendo citados porque a maioria não tem defesa constituída ou contato disponível para que GZH possa ouvir seu contraponto.

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