metropoles.com

Weber chora no adeus ao STF e diz que segue vigilante com a democracia

Após 11 anos no STF e 47 de magistratura, Rosa Weber se aposentará ao completar 75 anos. Barroso assume a Presidência da Corte nesta quinta

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rosinei Coutinho/SCO/STF
Rosa Weber no plenário do STF
1 de 1 Rosa Weber no plenário do STF - Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, fez um discurso emocionado na despedida da Corte, nesta quarta-feira (27/9). A ministra participou de sua última sessão plenária antes da aposentadoria. Após a definição de tese final para o caso do Marco Temporal indígena, Weber falou com os outros 10 ministros, um por um. Agradeceu e comentou o tempo de trabalho juntos.

Com os olhos marejados, afirmou que continuará o compromisso “vigilante com a democracia” e disse ter sido uma “honra inexcedível” presidir o STF. “O Supremo Tribunal Federal permanece firme, vigilante e resiliente na defesa dos valores democráticos e pela concretização das promessas civilizatórias da Constituição da República”, destacou em discurso.

Rosa Weber esteve à frente da Corte constitucional no último ano e se aposenta ao completar 75 anos, no início de outubro. De 47 anos de magistratura, Rosa esteve 11 no STF. Ao lembrar que, “a cada ciclo que se fecha, mexem-se as pedras do tabuleiro”, a ministra também elogiou os ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, que serão empossados como presidente e vice do STF, respectivamente, nesta quinta-feira (28/9).

8 de janeiro: “Democracia inabalada”

A ministra ainda lembrou dos ataques golpistas de 8 de janeiro. Na ocasião, o STF foi fortemente atingido, mas reconstruído na gestão de Rosa como presidente. Ela chamou os ataques de “dia da infâmia”. “A resistência, a resiliência e a solidariedade ficaram estampadas na metáfora da travessia da praça dos Três Poderes, todos nós de mãos dadas, desviando das pedras, dos vidros, dos cartuchos de bala. Inabalada restou a nossa democracia, como gosto de dizer”, lembrou.

Rosa Weber foi o pulso firme do STF na reconstrução física, moral e institucional da Corte após os atos de 8 de janeiro. Desde o primeiro dia, ela prometeu e cumpriu todos os prazos de recomposição de um dos símbolos do Estado Democrático de Direito no Brasil.

Somente no STF, o prejuízo financeiro da destruição foi de R$ 11,4 milhões. Mesmo com vidros quebrados, plenário destruído, tapete queimado, monumentos com avarias, parte elétrica prejudicada, Weber prometeu que, em 1º de fevereiro, o plenário da Corte estaria completamente reconstruído para a sessão. E assim foi feito.

Frisou que a destruição das sedes dos Três Poderes ocorreu após a “invasão de uma turba criminosa insana“, mas enfatizou “que os inimigos da liberdade saibam que no solo sagrado deste Tribunal o regime democrático, permanentemente cultuado, permanece inabalável”.

Mulheres

Hoje, Rosa Weber e Cármen Lúcia são as duas mulheres numa Corte de 11 ministros. Weber também frisou em seu discurso a importância da diversidade no Judiciário. Ela lembrou ter sido a terceira mulher a integrar a Corte e disse: “A igualdade de gênero é expressão da cidadania e da dignidade humana e pressuposto fundamental da democracia”.

A ministra, emocionada, ainda se despediu do Supremo, lembrando sua importância: “Pilar da democracia em nosso país”.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?