Rolando de Souza define cúpula da PF e mantém nome ligado a Moro
Igor Romário permanece na Diretoria de Combate ao Crime Organizado (Dicor), numa orientação do ministro da Justiça, André Mendonça
atualizado
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O diretor-geral da Polícia Federal, Rolando de Souza, já começou a definir os nomes que comporão as demais diretorias da corporação. Serão cinco novos auxiliares, sendo que continuarão em seus atuais postos William Murad, da Diretoria de Tecnologia da Informação e Inovação (DTI) e o delegado Igor Romário, na Diretoria de Combate ao Crime Organizado (Dicor), homem ligado ao ex-ministro Sergio Moro.
Os demais diretores definidos são: Carlos Henrique Oliveira, que deixa a Superintendência da PF no Rio de Janeiro, na Diretoria Executiva (Direx); Alexandre da Silveira Isbarrola, atual superintendente do Rio Grande do Sul, na Diretoria de Inteligência Policial (DIP); João Vianey Xavier Filho, que sai da PF em Alagoas, na Corregedoria-Geral (Coger); André Viana Andrade, superintendente da Paraíba, na Diretoria de Logística (Dlog); e Cecília Silva Franco, atual comandante da polícia de Tocantins, na Diretoria de Gestão de Pessoal.
A manutenção de Igor Romário, egresso da Lava Jato de Curitiba e convidado para a Dicor por Maurício Valeixo, homem de confiança de Sergio Moro, seria uma forma de não chamar tanto a atenção para as mudanças e que essa teria sido uma determinação do próprio ministro da Justiça, André Mendonça.
Queda para cima
Já a migração de Carlos Henrique Oliveira do Rio para Brasília, onde ficará com a Direx, seria a chamada “queda para cima”. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça que, se tivesse algo pessoal contra Oliveira, não teria dado o aval para que Rolando o colocasse como número 2 da PF.
Mas o que se afirma, ainda nos bastidores, é que o diretor-executivo tem funções meramente administrativas e não possui acesso às investigações em curso.
Oliveira foi o um dos pivôs do desentendimento entre Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Além da substituição de Valeixo por Alexandre Ramagem, que não assumiu a PF por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente também exigia do então ministro a troca da Superintendência do Rio de Janeiro.