Rodinhas para todos: ação financia cadeira de rodas para cães e gatos
Tutora de uma golden retriever paraplégica, Mariana Camargo criou projeto para ajudar outros animais a andar
atualizado
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O projeto Rodinhas para Todos começou de forma despretenciosa, mas com um objetivo nobre: dar a outros cães a oportunidade que Olivia, cadela cadeirante de 4 anos, teve. A ação funciona como um consórcio para tutores de pets com deficiência sem condições de comprar uma cadeira de rodas para os animais.
Mariana Camargo, tutora de Olivia e idealizadora do projeto, conta que tudo começou quando adotou a golden retriever e se deparou com os desafios de ter um pet especial.
Olivia caiu de uma laje quando tinha 30 dias de nascida e acabou paraplégica. Para que a cadela tivesse mais mobilidade e pudesse se locomover, Mariana comprou uma cadeira de rodas no valor de R$ 3 mil. “Eu estava desempregada, não tinha esse dinheiro. Então, fiz uma rifa entre amigos e família. E a gente conseguiu”, lembra.
A superação das dificuldades de Olívia foi tão emocionante que Mariana resolveu compartilhá-la nas redes sociais. São 154 mil seguidores que acompanham o dia a dia da golden retriever.
“Eu recebia muitos pedidos de ajuda no Instagram em relação às cadeirinhas, mas não tinha como atender”, relata. “Me lembrei que, no meu antigo emprego, a gente fazia um consórcio entre nós. Todo mês, alguém era sorteado e recebia um bônus. E ai, eu pensei: por que não fazer isso para conseguir pagar as cadeirinhas?”
No início, foram 50 participantes. Hoje, o número chega a 200. Cada pessoa doa R$ 10 mensalmente, e deve passar por uma entrevista com Mariana para comprovar que a ajuda é necessária. Ainda há uma taxa de 10% sobre o valor da cadeira para que o preço cheio seja coberto. Todo o dinheiro, no entanto, é revertido para o projeto, completamente voluntário.
Se o pet conseguir recuperar a mobilidade ou morrer, o tutor deve devolver a cadeira de rodas ao projeto para que outro animal a receba. Algumas cadeiras, por exemplo, passaram por quatro cachorros desde a compra.
O projeto começou em Sorocaba, no interior de São Paulo, mas tutores de todo o país podem participar.
“Eu senti na minha vez como foi difícil fazer isso, vender rifinhas e juntar dinheiro. E vi como isso fez diferença na minha vida. Minha cachorra, hoje, anda com uma perna só na cadeirinha. Ela não fazia isso antes.”
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Exemplo de superação
Mariana relembra que um dos casos mais tocantes foi o de um cão que morava em um abrigo com outros 80 animais. “Soltaram os cachorros na frente da casa e veio o Sebastian, que é paraplégico. Eu perguntei e eles me disseram que ele estava acostumado a se arrastar”, afirma.
No mesmo dia, Mariana decidiu pegar o cachorro e dar a ele uma nova chance. “Ele é um cachorro especial, não tem condição de ficar com mais 80 cães se arrastando na terra, com as pernas cheias de feridas.”
Ela juntou doações e pagou a estadia de Sebastian em um hotel da região, que resolveu arcar com o valor de uma cadeirinha. Todo o processo foi registrado no Instagram de Mariana, e chamou a atenção de um casal de Ribeirão Preto. “Hoje, ele está superbem, em uma família maravilhosa.”