Rocha Loures, o “homem da mala”, deve depor nesta sexta (9) na PF
Ex-assessor especial do presidente Michel Temer foi flagrado recebendo mala com R$ 500 mil de um executivo do grupo JBS
atualizado
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O ex-assessor especial do presidente Michel Temer (PMDB) e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) deve depor nesta sexta-feira (9/6) no âmbito do inquérito que investia sua participação no esquema delatado pelos executivos do Grupo J&F, holding proprietária da JBS. A informação foi confirmada por seu advogado, o criminalista Cezar Bittencourt.
De acordo com o defensor, o depoimento vai ocorrer no Setor de Autarquias Sul, em Brasília, onde está o prédio da sede da Polícia Federal. O interrogatório é cercado de expectativa sobre se ele deverá confirmar a versão de Joesley Batista a respeito dos valores entregues em uma mala ou se permanecerá calado diante dos investigadores.
Segundo Joesley, o ex-assessor de Temer foi indicado pelo próprio presidente para ser o interlocutor nos temas de interesse dos irmãos Batista.Após Temer indicá-lo como pessoa de confiança, Rocha Loures foi flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil de um executivo do grupo. O ex-deputado está detido desde o sábado (3). Sua prisão havia sido pedida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na Operação Patmos, desdobramento da Lava Jato.
A captura de Loures foi negada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin há cerca de duas semanas. O magistrado havia alegado a imunidade parlamentar do peemedebista para não autorizar a prisão. O ex-assessor de Temer tinha assumido o mandato de deputado federal no lugar de Osmar Serraglio (PMDB-PR), que foi ao Ministério da Justiça. Após ser demitido da Justiça, Serraglio decidiu recusar a oferta de Temer para virar ministro da Transparência e reassumiu o seu mandato na Câmara.
Com isso, Rocha Loures perdeu o mandato e, consequentemente, a prerrogativa do foro privilegiado, já que Osmar Serraglio havia voltado à Câmara. Janot, então, pediu a reconsideração sobre a prisão do aliado de Temer na semana passada, o que foi acatado. O procurador pediu novamente a prisão tanto relativa a Rocha Loures quanto ao senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG).