Roberto Jefferson já pode ter alta; hospital pede transferência ou escolta da PF
Moraes autorizou transferência para hospital, mas manteve prisão de Jefferson por entender que ele não interrompeu “condutas criminosas”
atualizado
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Rio de Janeiro – Internado desde o início de setembro no Hospital Samaritano da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) já está em condições de ter alta. O hospital comunicou à Polícia Federal que Jefferson já pode deixar a unidade e solicitou que seja informado como o político pode ser transferido para outro local, conforme noticiado pelo UOL e confirmado pelo Metrópoles neste sábado (9/10).
O hospital solicitou que, caso Jefferson não possa ser transferido imediatamente, seja providenciado “o envio, tão célere quanto possível, de equipe policial para fazer a escolta do sr. Roberto Jefferson”. Isso porque a instituição informou que vem bancando, com recursos próprios, um posto de vigilância privada, 24 horas por dia, em frente ao quarto de Jefferson.
“Ocorre que, lamentavelmente, o hospital não tem mais condições de suportar os ônus financeiro e humano decorrentes dessa vigilância privada 24 horas por dia, seja porque não possui poder de polícia, seja porque não detém condições de garantir a devida segurança ao paciente/custodiado, bem como aos colaboradores e demais pacientes do hospital”, afirmou o Hospital Samaritano da Barra em ofício à PF.
Procurado pelo Metrópoles, o hospital informou que não comentava a situação do paciente. A assessoria de imprensa de Jefferson informou neste sábado que o ex-deputado ainda está hospitalizado.
Tratamento de câncer
O ex-deputado foi transferido para o Samaritano em setembro, depois de ser atendido duas vezes no pronto-socorro do Complexo Prisional de Gericinó, na zona oeste do Rio. Ele alegou que ainda se tratava de câncer no pâncreas.
Quando autorizou a transferência de Jefferson para o Samaritano, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que ele fosse monitorado por tornozeleira eletrônica e que não recebesse visitas sem autorização, exceto de familiares. O ministro proibiu ainda o ex-deputado de acessar redes sociais. Mas Moraes não autorizou que a prisão preventiva de Jefferson fosse convertida em prisão domiciliar, como solicitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Jefferson está com a prisão decretada no inquérito que investiga milícia digital que ameaçou ministros do Supremo e que ameaçou promover ruptura do Estado Democrático de Direito. Moraes decretou e manteve a prisão de Jefferson por entender que ele não interrompeu “condutas criminosas” e porque o ex-deputado já tinha declarado que não respeitaria o recolhimento domiciliar.