Roberto Azevêdo anuncia saída da Organização Mundial do Comércio
Durante o pronunciamento, o diretor ressaltou que não tem motivações de saúde nem políticas para deixar o cargo
atualizado
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O embaixador Roberto Azevêdo renunciou, nesta quinta-feira (14/05), ao cargo de diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC). Em reunião virtual com os membros da entidade, o brasileiro anunciou que deixará a função em 31 de agosto, um ano antes do fim do segundo madato.
A decisão, de acordo com Azevêdo, não foi fácil. “Entre o período de lockdown e minha recente cirurgia no joelho, eu tive mais tempo para refletir. Eu cheguei a essa decisão apenas depois de longas discussões com a minha família — minha esposa aqui em Genebra e minhas filhas e mãe em Brasília. É uma decisão pessoal e eu estou convencido de que a decisão serve os melhores interesses da Organização”, destacou.
Durante o pronunciamento, o diretor ressaltou que não tem motivações de saúde nem políticas e que a OMC deve se preparar para a realidade pós-pandemia do novo coronavírus. “Precisamos garantir que o comércio contribua para a recuperação da economia global após a pandemia de Covid-19. Mas não serei o líder com quem vocês percorrerão esse caminho”, explicou.
“Uma reforma verdadeira e significativa é uma tarefa a longo prazo. Tivemos algum sucesso em começar a fazer as coisas de maneira diferente, mas levará tempo e comprometimento dos membros para seguir adiante. Embora eu esteja convencido de que seguimos na direção certa, o caminho a seguir exigirá escolhas e profunda reflexão”, disse Azevêdo.
Por fim, o brasileiro afirmou que a OMC não pode ficar paralisada enquanto o mundo em volta muda. “Garantir que a OMC continue a responder às necessidades e prioridades dos membros é um imperativo, não uma opção”, finalizou.