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RO, RS e RR lideram em média móvel de mortes a cada 100 mil habitantes

Santa Catarina e Mato Grosso completam o top 5 no Brasil, enquanto o Distrito Federal está em 17º nesse ranking

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A segunda onda de Covid-19 no Brasil já superou a primeira, batendo recorde diariamente na média móvel de mortes. Com isso, as UTIs lotaram em muitos locais do país, aumentando o risco de pessoas infectadas pela doença morrerem por conta dela – e afetando pacientes que precisam de leitos por outras razões. Apesar de a situação ser grave em todo o país, ela não é a mesma em cada estado.

Os estados com as maiores quantidades de mortes em proporção à população atualmente são Rondônia (2,3 a cada 100 mil habitantes), Rio Grande do Sul (1,9 a cada 100 mil) e Roraima (1,5 a cada 100 mil). Na outra ponta, estão Maranhão (0,42), Amapá (0,41) e Pernambuco (0,31).

Para chegar ao resultado, O (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, calculou primeiro a média móvel de óbitos por conta da Covid-19 em cada estado. Depois disso, o indicador foi ponderado pela população de cada local. Esse passo adicional permite comparar Unidades da Federação com populações muito diferentes, como São Paulo (46,3 milhões de habitantes) e Roraima (631 mil).

O gráfico a seguir mostra como está a situação no momento em cada UF. Quanto mais intensa a coloração, maior a média móvel de óbitos a cada 100 mil habitantes.

Um número menor do que os demais estados, como é o caso em Pernambuco, não significa que a situação está tranquila ou controlada. Em Pernambuco, estado com a menor taxa, o número é o maior para a UF desde 21 de agosto do ano passado, por exemplo.

O próximo gráfico mostra como a média móvel de mortes a cada 100 mil habitantes evoluiu desde o início da pandemia para cada estado.

O epidemiologista e professor da Universidade de Brasília (UnB) Jonas Brandt aponta que a situação ainda deve piorar. “O número de mortes deve crescer muito no fim de março e começo de abril”, resumiu. Isso deve acontecer, prossegue, por conta do colapso dos serviços de saúde.

“Como os serviços não conseguem garantir cuidados básicos, como intubação, oxigenação básica, entre outros, as pessoas tendem a morrer mais”, explicou. Isso porque pessoas que não morreriam por conta da Covid-19 se não fossem as deficiências provocadas pela avalanche de casos passam a falecer, aumentando a letalidade da doença.

Para tentar conter a situação, Brandt elencou uma série de medidas, todas elas já amplamente divulgadas. A primeira delas é o isolamento físico. “É preciso garantir que as pessoas estejam longe uma das outras, e para isso é necessário um lockdown realmente difícil. Fechar tudo”, explicou.

Esse fechamento completo precisa ser acompanhado de uma ampliação na testagem, que permitiria identificar as pessoas contaminadas e assim atuar de forma focada para impedir a transmissão. “Além disso, é preciso garantir medidas de apoio social e econômico para essas famílias que precisam ficar isoladas e também para toda a sociedade”, concluiu.

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