RJ: último paciente sai aplaudido de hospital referência contra Covid
Adelino Gomes, de 70 anos, estava internado no Hospital Ronaldo Gazolla desde agosto e deixou a unidade na tarde desta segunda-feira (15/11)
atualizado
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Rio de Janeiro – O momento mais aguardado por Adelino Gomes da Silva, de 70 anos, nos últimos meses é também um marco histórico para a cidade do Rio de Janeiro. Morador da Ilha do Governador, o idoso foi internado com Covid-19 em agosto deste ano e recebeu alta na tarde desta segunda-feira (15/11).
Pai de quatro filhos, o aposentado foi o último paciente internado no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, referência no Rio para o tratamento de pessoas com coronavírus desde o início da pandemia, em março de 2020. Ele deixou o endereço aplaudido por funcionários do local e também o prefeito, Eduardo Paes.
Inês Ribeiro, 42 anos, filha de Adelino, diz que o pai contraiu a doença por ter furado a quarentena e que reforçará a vigilância no retorno para casa. “Ele é fujão. Estamos muito felizes com a alta. Ele adora festa e ser o último paciente, ter esse evento, deu ainda mais alegria a ele”, comemora. Adelino celebrou: “Quem ao se vacina é maluco. Já era para eu ter morrido, mas Deus não quis”.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a unidade zerou as internações nesta segunda-feira. Nos outros hospitais da rede, 40 pacientes com coronavírus seguem recebendo assistência na cidade.
A alta acontece depois de quase 20 meses e 14.847 pessoas atendidas no Ronaldo Gazolla e reforça as quedas sustentadas de todos os índices de monitoramento, como números de casos, internações e óbitos pela doença, reflexo da adesão dos cariocas à vacinação.
Redução de internados
Desde o final de março de 2020 dedicado exclusivamente aos pacientes infectados pelo coronavírus, com a redução das hospitalizações, o HMRG voltou a atender também outras especialidades em 1º de outubro deste ano, além de manter a assistência a pessoas com sequelas pós-infecção pela Covid-19.
No mês passado, o hospital atendeu 658 pessoas. Do total de 420 leitos, 300 já foram convertidos em não-Covid, sendo 180 de CTI e 120 de enfermaria – os demais serão preparados para receber pacientes diversos.
Mesmo sem internados, o hospital segue como referência no monitoramento de sequelas pós-infecção pela Covid-19 e mantém uma enfermaria exclusiva para pessoas que apresentam dificuldades neurológicas, motoras, respiratórias, psicológicas, cardiológicas, entre outras, e contará com um centro de reabilitação para estes pacientes.