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RJ: servidor move ação contra Bolsonaro e Queiroga por ameaça à Anvisa

João Pires é assessor especial da Secretaria Municipal de Educação. Servidor coloca que ameaças a funcionários do órgão foram “ato rasteiro”

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1 de 1 fachada anvisa - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rio de Janeiro – Um servidor da Prefeitura do Rio de Janeiro entrou com uma ação popular na Seção Judiciária do Distrito Federal (SJDF) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, após falas com tom de ameaça a funcionários da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) nos últimos dias.

João Vitor Pires Nascimento, de 23 anos, é assessor especial da Secretaria Municipal de Educação, comandada por Renan Ferreirinha (PSB). O documento é assinado pelos advogados Felipe César Santiago e Gabriella Bento.

A ação pede “a condenação dos réus ao ressarcimento/pagamento, com recursos próprios, aos cofres públicos dos danos pecuniários causados aos estados membros, com a devida correção monetária e acrescido de juros legais de 1% a.m.”. Os advogados solicitam estabelecimento de R$ 500 mil de multa diária em caso de descumprimento das determinações da Justiça.

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O motivo foram falas do presidente em tom de ameaça em uma live
Bolsonaro disse que pediu divulgação de nomes de funcionários que aprovaram vacina da Pfizer para crianças
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga também defendeu medida
Anvisa repudiou falas "com veemência"
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Servidor da Prefeitura do Rio João Pires entrou com ação contra Bolsonaro e Queiroga

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O motivo foram falas do presidente em tom de ameaça em uma live

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Bolsonaro disse que pediu divulgação de nomes de funcionários que aprovaram vacina da Pfizer para crianças

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Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga também defendeu medida

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Anvisa repudiou falas "com veemência"

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O motivo foi uma fala do presidente em uma transmissão ao vivo na quinta-feira passada (16/12). Bolsonaro afirmou que “pediu extraoficialmente o nome das pessoas que aprovaram a vacina para pessoas de 5 a 11 anos” e que “queria divulgar o nome dessas pessoas”.

No mesmo dia, o órgão havia aprovado o uso do imunizante da Pfizer para crianças naquela faixa etária. O chefe do Executivo federal defende que o grupo só pode receber a vacina com “autorização dos pais”.

A ameaça foi corroborada por Marcelo Queiroga, que defendeu, na segunda-feira (20/12), que os nomes sejam divulgados. A Anvisa repudiou, “com veemência”, “qualquer ameaça explícita ou velada que venha constranger, intimidar ou comprometer o livre exercício das atividades regulatórias” do órgão.

“O serviço público é caracterizado pela publicidade dos seus atos. Todos os técnicos que se manifestam em processos administrativos […] tem que ser publicados os atos. A não ser os atos que são mais restritos, mas não há problema em se ter publicidade dos atos da administração, isso é até um requisito da constituição. O presidente Bolsonaro é um grande líder, tem nos apoiado fortemente aqui no Ministério da Saúde”, declarou Queiroga.

“Ato rasteiro”

Ao Metrópoles João Pires explicou que, ao seu ver, as falas do presidente e do ministro colocam em risco as vidas dos servidores da Anvisa, que podem ser prejudicados caso requeiram apoio do Estado.

“Eu movi por conta da exposição que estão fazendo e consequentemente o perigo à vida com base nas ameaças, e também o dano aos cofres públicos que serão gerados caso esses profissionais precisem de proteção do Estado”, disse o jovem, também líder cívico do Movimento Acredito.

A ação coloca que, “para além de demonstrar a sua ilegalidade, a medida a ser praticada pelos réus revela-se ato rasteiro, em evidente situação de desprezo a ordem jurídica nacional”.

“As ameaças das práticas dos atos dos Demandados são tão ilegais quanto inconstitucionais, o que resta evidenciada a fumaça do bom direito. Ademais, é urgente o impedimento de que os abusos relatados ocorram e que sejam vedados a realização dos atos presentes”, diz outro trecho.

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