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RJ: mulher diz que foi operada por falsa médica em clínica de Bolívar

Cirurgião plástico Bolívar Guerrero foi preso acusado de manter uma paciente em cárcere privado. Outros casos vieram à tona após denúncia

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Kellen Queiroz, técnica de enfermagem, acusada de se passar por médica na clínica de Bolivar Guerrero, preso após manter paciente em cárcere privado. Nas fotos justapistas, ela tira selfie marcando a localização da clínica (esquerda) e faz procedimento em rosto de cliente numa sala (direita) - Metrópoles
1 de 1 Kellen Queiroz, técnica de enfermagem, acusada de se passar por médica na clínica de Bolivar Guerrero, preso após manter paciente em cárcere privado. Nas fotos justapistas, ela tira selfie marcando a localização da clínica (esquerda) e faz procedimento em rosto de cliente numa sala (direita) - Metrópoles - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Após a prisão do cirurgião plástico Bolívar Guerrero da Silva, acusado de manter uma paciente em cárcere privado no Rio de Janeiro, outras denúncias de irregularidades na clínica Santa Branca, comandada pelo médico, começaram a surgir.

A vendedora Fernanda Almeida, de 24 anos, processa Bolívar Guerrero e Kellen Queiroz, técnica de enfermagem que atuava na clínica, por erro médico. Segundo a paciente, Kellen se passava por médica e realizou o procedimento para colocação de silicone em seus seios, mesmo sem capacitação para realizar o procedimento.

A cirurgia foi realizada em janeiro de 2021. Em agosto do mesmo ano, a paciente procurou a clínica para realizar um retoque, pois havia percebido que um seio estava mais alto que o outro.

Consulta na página do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro aponta que há denúncia contra Kellen e Bolívar registrada na 7ª Vara Cível por erro médico. A paciente pede indenização por dano moral e material. O Hospital Santa Branca também é denunciado.

Em entrevista ao portal g1, Fernanda conta que não sabia que a mulher era técnica. Ela relata que Kellen se apresentava como médica e prometia dar “toda a assistência pré, durante e pós-operatório”, já que Bolívar era “muito ocupado e não conseguia dar tanta atenção” às pacientes.

Para atender as mulheres, Kellen cobrava um valor extra. Segundo Fernanda, o valor inicial do procedimento com Bolívar era de R$ 7 mil. No entanto, para ter a assistência de Kellen, o valor subiu para R$ 8,1 mil.

Ao longo dos meses, Fernanda procurou Kellen diversas vezes para questionar o inchaço nos seios, as cicatrizes e a altura das próteses.

O retoque foi solicitado em agosto, depois que a paciente fez uma revisão com a técnica de enfermagem e não ficou satisfeita com o resultado da cirurgia.

“No procedimento, levei anestesia geral e apaguei. Mas, na segunda, tenho certeza que foi ela que me operou. Eu ouvia a voz dela na sala de cirurgia, fazendo as coisas. No segundo procedimento, só vi o doutor Bolívar na hora que ele saiu de um outro centro cirúrgico, com as luvas ainda cheias de sangue e veio marcar o meu peito”, contou Fernanda ao g1.

Processo

Segundo a paciente, durante o procedimento, ela chegou a ser destratada por um anestesista, que disse: “Essa aí está gostando de fazer cirurgia”. Ela também relatou que não recebeu o suporte pós-cirúrgico prometido por Kellen.

Mesmo após o segundo procedimento, as auréolas dos seios de Fernanda ficaram diferentes, e um dos peitos ficou mais alto que o outro. Além disso, a suposta médica não respondeu os pedidos da paciente para retirar o dreno.

A paciente ficou com problemas nos pontos durante meses, com líquido vazando das cicatrizes. Ela decidiu processar a falsa médica e o cirurgião Bolívar, em procedimento aberto na 7ª Vara Cível de Duque de Caxias.

“Fiquei horrível, com uma cicatriz horrorosa, além de ter tido problemas nos pontos que abriram e não paravam de sair líquido. Foi um dinheiro jogado fora. Sonhava em ostentar um decote e, hoje, ando mais tapada do que antes da cirurgia. Tenho vergonha”, lamentou a mulher.

Ela conta que Kellen era tratada como médica na clínica Santa Branca. A técnica ostentava o cargo em publicações nas redes sociais. “Ela só vivia em consultório e se apresentava assim nas redes sociais também. Vivia postando foto em consultório e no centro cirúrgico”, relata a paciente.

De acordo com o portal, a Polícia Civil investiga o caso. A reportagem do Metrópoles procurou a corporação para questionar sobre o caso, mas não obteve retorno até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

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