RJ: Justiça manda soltar jovem preso ao comprar pão no Jacarezinho
Juiz alegou falta de provas e citou pedido da Polícia Civil para soltar o rapaz, detido em flagrante pela PM acusado de tráfico
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de Janeiro – A Justiça determinou a soltura do jovem Yago Corrêa de Souza, de 21 anos, preso no último domingo (6/2) quando comprava pão na Favela do Jacarezinho, na zona norte. Ele foi levado pela Polícia Militar e detido em flagrante, de acordo com os policiais, por tráfico e associação ao tráfico de drogas.
O rapaz deixou a cadeia de Benfica por volta das 16h25, depois da chegada do alvará de soltura. Ele contou com a ajuda de diversas pessoas da comunidade e da Polícia Civil, que pediu a soltura do rapaz após analisar o caso, incluindo imagens de segurança do local onde ele foi detido, durante um confronto no bairro.
A decisão de liberar o jovem foi tomada durante audiência de custódia no Presídio José Frederico Marques, em Benfica, pelo juiz Antonio Luiz da Fonsêca Lucchese, que afirmou não haver provas suficientes para manter Yago preso.
“Diante das circunstâncias em que teria se dado a prisão, sem perder de vista que aqui há evidente necessidade de que os fatos sejam mais apurados, sobretudo diante da dinâmica dos fatos, certamente faz com que se esvaia qualquer substrato para se cogitar, neste momento, de prisão cautelar, ainda mais diante da manifestação a posteriori da autoridade policial”, dizia um trecho da decisão.
Para Érica Corrêa, irmã de Yago, a sensação com a soltura do jovem é de dever cumprido, além de um recado para a a sociedade, sobre o preconceito sofrido por quem mora na favela.
“Sensação de dever cumprido, de poder deitar minha cabeça no travesseiro. Ainda não está tudo 100%, porque ainda tem os trâmites para ele sair livre de tudo. A favela tem voz sim, a favela venceu e o Yago está voltando conosco para casa. Agora peço ao governador, que entrou com projeto dentro da nossa comunidade, que entre com projeto para os jovens do Jacarezinho, que estão precisando de emprego, de curso profissionalizante e de assistência de médico”, desabafou Érica.