RJ: guarda municipal que matou PM no Dia dos Pais vai para banco dos réus
Max Aurélio Biasotto atirou mais de 10 vezes contra o cabo Cristiano Valverde em Nilópolis. Ele está preso preventivamente desde então
atualizado
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A Justiça do Rio de Janeiro mandou para o banco dos réus o guarda municipal Max Aurélio da Costa Biasotto Ferreira, 37 anos, preso acusado de matar o cabo da Polícia Militar Cristiano Loiola Valverde, 39, após uma discussão em um bar em Nilópolis, na Baixada Fluminense.
O agente foi atingido por pelo menos 10 disparos após presenciar uma briga entre sua prima e a esposa do guarda, segundo testemunhas contaram à polícia. Imagens de câmeras de segurança flagraram o assassinato, ocorrido na noite de Dia dos Pais (8/8). Antes de morrer, Cristiano publicou em uma rede social: “Valorize seu pai, sua mãe, sua família e seus amigos… Valorize os que estão ao seu lado, a vida não avisa quando acaba”. Ele estava na corporação havia sete anos e deixou uma filha.
A decisão foi assinada pelo juiz Alberto Fraga, da 1ª Vara Criminal de Nilópolis. Ele também negou o pedido da defesa de Max Aurélio para que a prisão preventiva fosse revogada. O agente está detido desde o dia do crime e responderá por homicídio triplamente qualificado – motivo fútil, emprego de arma de fogo e recurso que impossibilitou a defesa da vítima – e lesão corporal.
Na decisão, à qual o Metrópoles teve acesso, o magistrado destacou que, mesmo após Cristiano ter caído no chão, Max Aurélio continuou a atirar e parou para recarregar a arma quando a munição acabou. Para o juiz, a soltura do guarda municipal pode “colocar em risco a ordem pública”.
“Aparentemente os disparos foram efetuados quando a confusão já havia cessado e não no calor do momento, o que pode denotar personalidade violenta e uma reação completamente desproporcional, que recomenda a segregação do acusado do convívio social. Não bastasse os disparos – em tese – foram efetuados em um bar cheio de pessoas e em frente a uma praça, o que pode ter gerado, portanto, risco a todos que estavam no local”, diz trecho da decisão.
Além disso, Alberto Fraga colocou que a prisão em flagrante e os depoimentos de testemunhas são fatores suficientes para o recebimento da denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
Esta não é a primeira vez que o guarda municipal Max Aurélio Biasotto Ferreira tem problemas com a lei. O Metrópoles apurou que ele chegou a ser preso por porte ilegal de arma em 2015. Porém, foi absolvido pela 35ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, pois a Justiça entendeu que não houve infração penal por parte dele. Caso o agente fosse condenado, a pena seria aumentada pela metade por ele ser guarda municipal.
Procurada pelo Metrópoles, a defesa de Max Aurélio da Costa Biasotto Ferreira não quis comentar a decisão judicial.