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RJ: fome é maior em casas chefiadas por negros e mulheres, diz estudo

Segundo o Mapa da Fome, ao menos 230 mil domicílios não têm acesso à alimentação adequada na cidade do Rio de Janeiro

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Imagem colorida mostra criança negra segurando um prato de comida; fome assola várias famílias pelo país - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra criança negra segurando um prato de comida; fome assola várias famílias pelo país - Metrópoles - Foto: Vinicius Schmidt/Metropoles

A fome é maior em casas chefiadas por pessoas negras e por mulheres na cidade do Rio de Janeiro. É o que mostram os dados do I Inquérito sobre a Insegurança Alimentar no Município do Rio de Janeiro – o Mapa da Fome da Cidade do Rio de Janeiro, divulgado nesta quarta-feira (29/5).

O levantamento mostra que a insegurança alimentar grave, ou seja a fome, apresenta índice elevado em lares em que negros são os responsáveis pela renda principal dos moradores — o que corresponde a 9,5% de casas de famílias lideradas por pessoas negras.

O recorte de gênero mostra tendência semelhante. Nessa análise, o percentual também é significativo em domicílios liderados por mulheres — totalizando 8,3% das residências chefiadas por mulheres na cidade do Rio.

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Luana e Claiton sonham com a regularização da região
Abandonada, a comunidade indígena Warao Coromoto enfrenta fome e doenças
Os poucos alimentos disponíveis são cozidos na lenha
Fome
A comunidade elaborou um projeto para conquistar a independência econômica
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A insegurança alimentar, de acordo com o Mapa da Fome da Cidade do Rio, afeta:

  • 16,6% das famílias lideradas por pessoas com escolaridade baixa
  • 18,3% das casas onde o responsável está desempregado
  • 34,7% dos domicílios com renda per capita mais baixa

Para concluir o Mapa da Fome, os pesquisadores realizaram entrevistas em dois mil domicílios das cinco Áreas de Planejamento (APs) da capital, entre novembro de 2023 e janeiro de 2024.

Os índices de segurança e de insegurança alimentar medidos no Rio de Janeiro seguiram a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), também utilizada em pesquisas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa inédita é fruto de parceria entre a Frente Parlamentar contra a Fome e a Miséria no Município do Rio de Janeiro, da Câmara Municipal, e o Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Fome na cidade do Rio

O levantamento ainda mostra que dos 2,92 milhões de domicílios na cidade do Rio de Janeiro, ao menos 230 mil (ou 7,9% das casas) estão em situação de insegurança alimentar grave (fome), ou seja, os moradores desses lares não têm acesso à alimentação adequada.

Além disso, ainda de acordo com o estudo, cerca de 2 milhões de cariocas convivem com algum grau de insegurança alimentar (leve, moderada ou grave).

O percentual de fome (7,9%) no município é quase o dobro do contingente nacional presente na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), que registrou 4,1% dos domicílios brasileiros nessa situação. Enquanto isso, esse dado é de 3,1% no estado do RJ.

“Os resultados apresentados por esse mapa indicam os caminhos que devemos seguir para reduzir a fome e garantir alimentação saudável e adequada para as famílias cariocas”, explica Rosana Salles-Costa, professora e pesquisadora do INJC/UFRJ.

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