RJ: “Fiquei de boa”, diz jovem baleada que não percebeu ferimento
Renata Assis, de 22 anos, foi baleada durante um pagode. Ela não percebeu o ferimento e seguiu na festa por mais quatro horas
atualizado
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Rio de Janeiro – A estudante Renata Assis, de 22 anos, foi baleada em um pagode da zona norte do Rio mas só se conta do ferimento cerca de quatro horas depois. Ela conta que só percebeu a gravidade da situação quando deixou de sentir o movimento do braço.
“Eu continuei na festa. O pessoal falou ‘vamos para o médico?’. Eu falei ‘que médico? Vamos curtir, vamos dançar, olha o pagodinho tocando’. Fiquei de boa. Teve uma hora que eu percebi que estava doendo. Segurei meu braço bem junto ao meu corpo e fiquei quieta. Como doce, bolo, refrigerante, tudo normal. Foi quando eu parei de sentir meu braço. Estava doendo tanto, que eu não conseguia mais mexer. Não abria e fechava mais a mão”, contou Renata, em entrevista ao G1.
Renata foi atingida no braço por volta de 0h30. No entanto, seguiu na festa com os amigos por mais quatro horas aproximadamente. Foi quando resolveu procurar atendimento em uma unidade de saúde. Primeiro, foi à UPA da Penha, e, em seguida, ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, que fica no mesmo bairro.
22h – eu linda y gostosa curtindo o pagode
00:30 – “ai gente acho que tomei um tiro kkkkkjkkkjjjkkk ui que dor não sinto meu braço kkkkkkk”
4:30 – TOMEI UM TIRO DE VERDADE pic.twitter.com/GGye4XQzJr— Renatinha (@DacRenata) February 23, 2022
Na unidade de saúde, um exame de imagem comprovou que a bala estava alojada no braço de Renata. Ela contou o que passou por sua cabeça ao saber do ferimento: “Eu pensei ‘pronto, quando vê a plaquinha de emergência do hospital, você não sai mais. Acabou para mim’. Mas agora, eu estou bem. Estou só com uma bala no meu braço, mas estou bem”.
Atendimento para junho
Após procurar a UPA da Penha, Renata foi ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, onde, segundo ela, os médicos alegaram que uma tentativa de retirar o projétil poderia comprometer seus movimentos.
“Eles falaram para mim que tentar tirar em uma cirurgia seria mais arriscado do que deixar [no braço] porque ficou muito perto de um nervo. Todos os médicos e funcionários do hospital falaram que eu tive muita sorte. Se a bala entrasse mais um pouquinho, teria pegado no nervo e eu poderia perder os movimentos”, afirmou Renata, que segue com a bala alojada no ombro.