RJ: desembargador do TJ que encontrou Bolsonaro em Dubai se pronuncia
Em nota, desembargador Marcelo Buhatem, que condecorou presidente, nega que tenha pago as despesas da viagem com dinheiro público
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de Janeiro – O desembargador Marcelo Buhatem, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, negou que tenha viajado para Dubai com o presidente Jair Bolsonaro com as despesas pagas por dinheiro público.
Em nota, emitida pela Associação Nacional dos Desembargadores (Andes), presidida pelo magistrado, a entidade afirma que ele já estava de férias no local quando foi convidado a participar de alguns compromissos da comitiva do presidente.
De acordo com a reportagem da revista Veja, que reproduz a nota das Andes, o magistrado foi a Dubai com recursos próprios, “não utilizou dinheiro público, nem da Andes ou tampouco viajou no avião do governo”.
Fotos publicadas nas redes sociais mostram Buhatem acompanhando o grupo do presidente, que incluía também os ministros Augusto Heleno (Segurança Institucional) e Tereza Cristina (Agricultura). As imagens foram bastante comentadas e o magistrado criticado.
Há um longo histórico de afinidades do desembargador com o bolsonarismo – em abril, sua entidade condecorou o presidente. Em maio, o magistrado publicou um artigo no site jurídico Conjur defendendo que não era hora de o Senado abrir a CPI da Pandemia.
“Processos como Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), impeachment e ‘lava toga’ sempre se transformaram em palcos mais políticos do que técnicos e, por isso, podem causar instabilidade em momento em que todos deveriam se unir para combater a pandemia”, escreveu Buhatem. No texto, ele ressalta ainda que o governo federal enviou bilhões de reais para os estados.