RJ: comerciantes desaparecem, e a suspeita é de envolvimento da milícia
Familiares dizem que vítimas foram cercadas por três carros em área de milicianos, em Santa Cruz. Caminhão foi encontrado sem a carga
atualizado
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Rio de Janeiro – Familiares de três comerciantes desaparecidos cobram da Polícia Civil uma investigação sobre o paradeiro do trio. A suspeita dos parentes é que eles foram sequestrados pela milícia em Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro. Eles estão desaparecidos desde a última quarta-feira (6/10).
O desaparecimento de Paulo Cesar Soares Santos e Jorge Teixeira de Abreu Filho, sócios de uma revenda de botijões de gás, e do funcionário Fabrício Oliveira, foi comunicado à Polícia Civil ainda na semana passada.
De acordo com uma parente de Paulo Santos, que é sargento da reserva do Exército, os três foram cercados por três carros, rendidos e sequestrados nas proximidades da Avenida Padre Guilherme Decaminada. Essa área tem forte atuação da milícia. Esse cerco aparece em imagens de câmeras de segurança da região, obtidas pelos familiares.
Quando foram levados, os comerciantes estavam em um caminhão carregado de botijões de gás, que seriam revendidos em Itaguaí, na Baixada Fluminense, onde moram e trabalham.
Incerteza na investigação
O caminhão em que estavam foi achado sem placa em uma oficina mecânica em Santa Cruz no sábado (9). Os botijões tinham sido levados. A Polícia Militar apreendeu o caminhão no fim de semana. O dono da oficina teria informado que trabalhava para um policial militar da ativa, que atua na região.
Até o momento, familiares não sabem qual delegacia será responsável por investigar o caso.
“Fizemos o registro de ocorrência em Itaguaí. Aí nós familiares fomos na delegacia de descoberta de paradeiros na sexta-feira. Informaram que foi transferido para a delegacia de Santa Cruz. Está um jogo de empurra”, diz uma parente de Paulo Santos.
Parentes pedem que qualquer informação sobre o caso seja revelada ao Disque-Denúncia (21-2253-1177). Familiares das vítimas oferecem uma recompensa de R$ 5 mil para quem tiver informações sobre o paradeiro deles.