RJ: atraso de trens causa revolta e protesto em linha férrea; vídeo
Passageiros fizeram uma fogueira em cima dos trilhos na estação de Deodoro. Trens ficaram parados por mais de 5 horas após roubo de cabos
atualizado
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Rio de Janeiro – A circulação de trens nos ramais Japeri e Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro, que faz interligação com o ramal Deodoro, ficou interrompida por quase 5h durante toda a manhã desta segunda-feira (28/3). O atraso revoltou os passageiros, que protestaram.
Os usuários fizeram um cordão humano na estação de Deodoro e gritavam em coro: “O povo, unido, jamais será vencido”. Uma fogueira foi feita no meio dos trilhos. Os serviços retornaram apenas às 12h40, de acordo com a Supervia, concessionária responsável pelos trens no Rio.
Logo no início da manhã, antes das 8h, passageiros que precisavam ir em direção a Central do Brasil, precisaram lidar com a superlotação e mais um dia de atraso nos trens.
“O ramal Japeri atrasou, então os trens ficaram lotados. Quando chegou em Deodoro, por conta do empurra empurra, portas abertas e etc, aí vieram para “inspecionar o trem”. Nisso ficamos 10 min em pé esperando, para depois virem mandar a gente sair”, explicou uma passageira nas redes sociais.
A Supervia informou que o ramal Japeri começou a operar com intervalos ampliados devido a furtos de 165 metros de cabos em Ricardo de Albuquerque e Japeri, ocorridos entre a noite de domingo (27/3) e a madrugada de segunda (28/3), que prejudicaram o sistema de sinalização automática.
A concessionária responsável pela administração do coletivo disse que por medida de segurança da operação e dos próprios passageiros, os trens precisaram aguardar ordem de circulação em quatro trechos do ramal Japeri.
“Sai do trem e fui para outra plataforma pegar o Deodoro sentido central, mas aí eu percebi que o trem de Santa cruz também estava abarrotado de gente e parado em Deodoro. Até que pediram para eles saírem do trem”, concluiu a passageira.
Manifestação nos trilhos
Com atraso nos dois sentidos, os passageiros começaram a fazer uma manifestação nos trilhos.
“Para o patrão que acha que o povo não quer trabalhar, olha aí a manifestação. O povo já não aguenta mais essa pouca vergonha. As pessoas já não aguentam mais, e com razão”, disse um passageiro nas redes sociais.
De acordo com a Supervia, às 8h15, a operação precisou ser suspensa nos ramais Deodoro-Santa Cruz, Japeri e extensão Paracambi devido à invasão de passageiros à linha férrea na estação Deodoro.
“Alguns jogaram dormentes sobre a via e incendiaram os materiais. Também houve vandalismo contra portas de trem. Já na estação Marechal Hermes, passageiros invadiram a cabine de um trem, vandalizaram as janelas e tentaram incendiar dormentes dentro do trem. A SuperVia acionou a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros para as providências necessárias”, disseram em nota.
Semanalmente passageiros enfrentam atrasos e superlotação no coletivo, que pretende passar de R$5 para R$6. Inicialmente o valor da passagem passaria a custar R$7.
“A SuperVia lamenta atos como esses, de depredação do patrimônio público, que colocam em risco a operação ferroviária, bem como a integridade de colaboradores e clientes da concessionária”, disseram em nota.
A normalização do serviço aconteceu apenas às 12h40. Em 2021 a Supervia registrou 861 ocorrências de furto de cabos de cobre de sinalização, um aumento de 142% em comparação a todo o ano de 2020.