RJ: “Acatamos a ciência”, diz representante de liga de Carnaval de rua
Presidente da Liga Sebastiana, Rita Fernandes lamentou cancelamento, mas ressaltou orientação da ciência. Outros representantes concordam
atualizado
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Rio de Janeiro – Com o cancelamento do Carnaval de rua no Rio de Janeiro, as ligas de blocos já pensam em alternativas para apresentar ao prefeito Eduardo Paes (PSD) ainda nesta semana. Está prevista para sexta-feira (7/1) mais uma reunião entre o chefe do Executivo municipal e representantes das ligas, além do secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
Presidente da Liga Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade de São Sebastião (Sebastiana), Rita Fernandes lamentou o cancelamento, mas ressaltou que a decisão foi conjunta, com base na ciência.
“O prefeito disse que não há condição de fazer, por causa dos dados apresentados pelo [Daniel] Soranz e o Comitê Científico, e que não adiantava protelarmos mais esta decisão. De nossa parte, já havíamos falado que acataríamos a ciência, e foi o que fizemos. Mais um ano sem, infelizmente”, disse ao Metrópoles.
Rita explicou que a Liga Sebastiana, com 11 blocos, está organizando o evento Casa Bloco, na Casa França-Brasil e no Boulevard Olímpico, no centro do Rio. O objetivo é reunir as pessoas e fazer uma celebração reduzida. “Seria nos dias 11, 12, 13, 18, 19 e 20 de fevereiro, mas agora decidimos estender até o final do Carnaval, para acomodar um número maior de blocos”, detalhou.
Rodrigo Rezende, presidente da Liga dos Amigos do Zé Pereira, afirmou à reportagem que a prefeitura fez uma proposta para realizar algo menor em pontos específicos da cidade, como o Parque Madureira e o Parque Olímpico, na Barra. Porém, de modo geral, os representantes alegaram que fazer isso descaracterizaria os grupos, tradicionais em pontos exatos do Rio.
“Argumentamos que outros espaços não eram suficientes e compatíveis com a capilaridade do Carnaval. Não temos como fazer o ‘Vagalume, o Verde’ fora do Jardim Botânico, ou o ‘Laranjada’ fora de Laranjeiras. Ficamos de pensar em alternativas e levar para ele [o prefeito Eduardo Paes]. Devemos nos reunir ainda nesta semana, na próxima sexta-feira mesmo, para ver o que será feito”, explicou Rodrigo.
Em transmissão ao vivo na noite desta terça-feira (4/1), Eduardo Paes declarou que, nos moldes tradicionais do Carnaval de rua, não seria possível fazer fiscalização.
“O Carnaval de rua, pela sua própria natureza e pelo aspecto democrático que tem, gera a impossibilidade de se exercer qualquer tipo de fiscalização. Daniel [Soranz, secretário de Saúde] já vinha me alertando que, tendo em vista os dados epidemiológicos que a gente tem e vai ter, dificilmente seria possível realizar o Carnaval de rua”, disse.
“É de uma tristeza enorme. A cidade perde, o Carnaval perde, a folia perde, mas a gente precisa respeitar a vida. Agora vamos buscar fazer eventos carnavalescos, já que não haverá o Carnaval de rua em si”, sentiu Rita Fernandes.