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RJ: a cada 50 dias, um político é assassinado na Baixada Fluminense

Entre 2015 e 2020, foram mapeados 43 assassinatos. Mortes sugerem violência intra e entre elites políticas e apontam disputa de poder

atualizado

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1 de 1 assassinato-arma-de-fogo-840×577 - Foto: Pixabay

Rio de Janeiro – A cada 50 dias, um político é assassinado na Baixada Fluminense. Esse dado faz parte de uma análise feita pelo Observatório de Favelas em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Witwatersrand (WITS), da África do Sul.

De acordo com a pesquisa, apenas entre 2015 e 2020, 43 políticos foram assassinados na região, e as eleições de 2016 foram as mais violentas durante o período analisado.

Os municípios da Baixada Fluminense que mais apresentaram casos de mortes foram: Nova Iguaçu e Seropédica, seguidos de Duque de Caxias, Magé e São João de Meriti. Em relação à atuação política das vítimas, a maior parte das mortes se vincula ao cargo de vereador, em sua maioria homens.

“Os dados que analisamos ajudam a compreender uma realidade que produz imensos obstáculos para o exercício da democracia na região. Isto é fundamental para que se pense em caminhos para romper o domínio de elites políticas e econômicas violentas e autoritárias e seus modos de apropriação do Estado”, afirma André Rodrigues, coordenador geral da pesquisa “Violência e Política na Baixada Fluminense”.

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Ex-policial, o vereador Quinzé (PL) foi assassinado em Duque de Caxias em 12 de setembro
Investigado por suspeita de integrar milícia, o vereador Danilo do Mercado foi assassinado em 10 de março, em Duque de Caxias
O vereador Sandro do Sindicato acompanha obras em Duque de Caxias
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Alexsandro Silva Faria, o Sandro do Sindicato

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Ex-policial, o vereador Quinzé (PL) foi assassinado em Duque de Caxias em 12 de setembro

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Investigado por suspeita de integrar milícia, o vereador Danilo do Mercado foi assassinado em 10 de março, em Duque de Caxias

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O vereador Sandro do Sindicato acompanha obras em Duque de Caxias

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A metodologia utilizada neste estudo foi o levantamento de casos de violência política letal registrados em jornais de grande circulação e pesquisas complementares na internet. Pesquisadores utilizaram também dados de candidaturas disponíveis no banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e entrevistas com atores públicos e políticos com inserção na Baixada.

Dentre os resultados, o grupo analisou que as dinâmicas das mortes sugerem uma violência que se exerce “intra e entre elites políticas e faz parte de disputa de poder”. 

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Vítimas por município e ano
Atores políticos mortos
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Percentual de candidatos de segurança eleitos
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Atores políticos mortos por ano

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Casos recentes

Em dez meses deste ano, o Observatório da Violência Política e Eleitoral da Unirio apontou 72 assassinatos de parlamentares na Baixada Fluminense. Entre os municípios que mais se destacam estão também os cinco citados pelo estudo do Observatório de Favelas – Nova Iguaçu, Seropédica, Duque de Caxias, Magé e São João de Meriti. No entanto, aparecem também Belford Roxo, Guapimirim, Japeri, Queimados, Mesquita e Nilópolis.

“Esse ano de 2021 está muito violento. Se isso for um prenúncio, vamos ter eleições muito violentas em 2022”, avalia o cientista político Felipe Borba, professor da Unirio e coordenador do Observatório da Violência Política e Eleitoral.

 

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