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Rival do Carrefour, varejista francês também boicota carne do Mercosul

Além do Carrefour, o grupo varejista francês Les Mousquetaires anunciou que deixará de comercializar carne dos países do Mercosul

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O CEO do grupo varejista francês Les Mousquetaires, Thierry Cotillard, declarou boicote à carne do bloco sul-americano em suas redes de supermercado Intermarché e Netto, na noite desta quinta-feira (21/11). A decisão, publicada nas redes sociais, é similar a do concorrente Carrefour.

Cotillard declarou que a medida reforça a soberania alimentar da França e apoia os agricultores franceses. Mobilização coletiva também foi pedida pelo CEO do grupo varejista.

“Sobre essas questões, que dizem respeito diretamente à nossa soberania alimentar, devemos agir coletivamente. Todos devemos nos mobilizar”, defendeu Cotillard.

Segundo o CEO, o boicote também deve ser aplicado aos produtos usados na fabricação de itens de marca própria do grupo. Atualmente, o Les Mousquetaires é formado por sete marcas, entre elas Rapid Pare-Brise, Intermarché, Roady, Bricorama, Netto, Bricomarché e Brico Cash.

O anúncio foi publicado durante a intensificação dos protestos de agricultores franceses contra o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Para os franceses, a resolução pode se tornar um perigo aos meios de subsistência por facilitar a entrada de produtos agrícolas sul-americanos. Segundo os europeus, a produção seria mantida sob “padrões ambientais e menos rigorosos”.

Fávaro repudia boicote

Em evento recente, o ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, alegou ser contra o movimento francês e sugeriu que a França também não forneça mais carne ao Carrefour no Brasil, caso os franceses prossigam com o boicote.

“Ora, se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros. Então, que não se forneça carne nem para o mercado desta marca aqui no Brasil”, alegou Fávaro.

O CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, reforçou o comunicado de que a rede não vai mais comercializar carnes sul-americanas na França, independentemente da quantidade e do preço. Fávaro criticou o grupo e alegou que a coerência deve ser praticada em todos os mercados.

O ministro crê que os franceses possam reavaliar as posições sobre o mercado brasileiro, e ressalta o comprometimento do Brasil com a sanidade de seus produtos, da sustentabilidade e da rastreabilidade. Segundo ele, não haverá ataques à soberania brasileira.

Carrefour cede à pressão

Na última quarta-feira (20/11), o grupo de varejo Carrefour declarou que não vai mais comercializar a carne do Mercosul, após pressão do sindicato agrícola francês FNSEA. O CEO da rede francesa, Alexandre Bompard, reforçou o apelo para que os restaurantes sigam o exemplo.

Em carta dirigida a Arnaud Rousseau, presidente da FNSEA, Bompard diz que, “em toda a França, ouvimos a consternação e a indignação dos agricultores diante da proposta de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul”.

O Ministério da Agricultura do Brasil informou que o país tem uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e que comanda o setor com transparência.

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