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Risco de infarto aumenta em até 30% no inverno. Descubra as causas

Cardiologista conta que o frio impacta em diversas condições do nosso organismo, como o aumento da pressão arterial

atualizado

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Paciente tem mini desfribilador implantado em estudo inédito para evitar infartos Britânico de 53 anos passou por operação que poderá mudar parâmetros da cardiologia e evitar mortes súbitas CDIS
1 de 1 Paciente tem mini desfribilador implantado em estudo inédito para evitar infartos Britânico de 53 anos passou por operação que poderá mudar parâmetros da cardiologia e evitar mortes súbitas CDIS - Foto: Getty Images

É comum alguns problemas de saúde mais simples, como gripes e resfriados, ocorrerem com maior frequência no inverno. Mas além de serem propícias para estas doenças respiratórias, baixas temperaturas podem aumentar em até 30% o risco de infarto, doença cardiovascular que pode ser fatal, segundo aponta o Instituto Nacional de Cardiologia (INC).

Todas as pessoas devem ficar atentas ao risco de um ataque cardíaco, mas especialmente as que integram grupos de risco, que são basicamente os mesmos com os quais nos familiarizamos durante a pandemia de Covid-19: idosos, hipertensos, diabéticos, tabagistas e pessoas que sofrem com insuficiência renal crônica e colesterol elevado.

“Além daqueles que consomem álcool em excesso, dos que têm histórico familiar de parentes de primeiro grau com infarto ou se o próprio paciente já teve infarto prévio”, ressalta Vinicius Seleme, professor de cardiologia do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP).

Mas antes de falar como o inverno pode intensificar o risco de infarto, é necessário, em primeiro lugar, saber o que é a doença: “O infarto é a morte de células. Isso ocorre quando há obstrução dos vasos que levam oxigênio para o coração”, explica o professor.

“O frio está relacionado a diversas condições do nosso organismo que aumentam a probabilidade de ocorrer infarto, como o aumento da pressão arterial dos vasos e da atividade nervosa simpática, que é responsável por acelerar os batimentos cardíacos e fazer vasoconstrição (processo de contração dos vasos sanguíneos e consequente diminuição do seu diâmetro, dificultando a circulação sanguínea) das artérias do coração. Além disso, o ar seco do inverno promove a desidratação do organismo, o que também tem relação com o infarto”, aponta Seleme.

O médico também chama a atenção a outro ponto que pode fazer a diferença para o indivíduo: “Com as baixas temperaturas, temos maior risco de infecções de vias aéreas e um aumento de inflamação no nosso organismo, o que vai aumentar a resposta do nosso coração com diversos mecanismos”.

Quais são os sintomas?

Vinicius Seleme elenca alguns dos sintomas que podem indicar a ocorrência de um infarto: “Geralmente uma dor no peito, que você sente ali atrás do tórax. Também pode ser uma pontada na altura do coração ou no mamilo esquerdo, uma queimação ou um aperto. O quadro também pode se estender para uma dor que corre para a mandíbula, pescoço ou braços”.

O médico ainda ressalta que outros indicativos do problema podem ocorrer de maneira simultânea: “Uma falta de ar ou uma sensação de desmaio”. Porém, ele ressalta: há pessoas que não sentem necessariamente uma dor no peito quando vítimas de um ataque cardíaco.

O cardiologista dá algumas dicas para quem deseja deixar bem longe a possibilidade de sofrer um problema no coração: “Manter uma alimentação adequada, com frutas, verduras e legumes. E ter uma baixa ingestão de carne vermelha. A ideia é que se coma carne vermelha em apenas três refeições por semana. Pratique atividade física. E se você fuma ou bebe, esqueça o cigarro e a bebida alcoólica”.

Fumo. bebidas e um susto

Tabagismo e álcool foram os principais desencadeadores do infarto sofrido pelo paulista Luiz Arantes, de 61 anos. “Eu não tenho histórico de infartos na família e não sentia nada de diferente até o ano de 2015. Nesse período eu fumava muito e bebia também”, conta.

De acordo com ele, tudo começou em uma madrugada, quando, às 4h, acordou com fortes dores. “Falei para a minha esposa que eu não estava bem e precisava ir ao hospital. Para chegar no carro e descer as escadas foi uma luta e quando entrei no carro dei uma desfalecida”, relembra Arantes.

Ele chegou a um hospital em Barretos (SP) bem fraco, desfalecido e passou por uma bateria de exames que durou cerca de 9 horas. Mais tarde, veio o diagnóstico: o aposentado teve um infarto, mesmo sem sentir dores fortes no peito, como relata.

Arantes ainda precisou ficar uma semana no hospital. “Na época, não tinha cardiologista em Barretos, então tive que esperar um doutor de Ribeirão Preto para fazer o cateterismo”, diz.

Após o laudo, a consequência foi uma mudança de rotina: parou de fumar e passou a beber moderadamente. A alimentação ficou melhor e ele ainda diz que se arrisca em umas caminhadas pela cidade. Arantes agora relembra os tempos nos quais foi atleta profissional de basquete. “Tento ter um condicionamento físico que condiz com a minha idade”, acrescenta.

Mas mesmo com a mudança no estilo de vida, há danos que não foram reparados, o que requer atenção especial: “Preciso sempre da minha farmácia que tenho em casa. Uso uns nove comprimidos por dia”.

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