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Risco de apagão: governo emite primeiro alerta de emergência hídrica em 111 anos

O comunicado para o período de junho a setembro é direcionado a Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
falta de energia em amapa 20
1 de 1 falta de energia em amapa 20 - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A crise hídrica que boa parte do país enfrenta está preocupando o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que reúne gestores do setor. O entendimento é de que se as chuvas continuarem escassas, o Brasil terá dificuldade em produzir eletricidade nas hidrelétricas.

O governo federal publicou, nesta sexta-feira (28/5), um alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro em cinco estados: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. É o primeiro alerta dessa natureza em 111 anos de serviços meteorológicos no país.

Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em maio de 2021, não foram observados valores significativos de precipitação, comportamento típico da estação seca, condição que deverá se manter nos próximos meses, especialmente na região Sudeste/Centro-Oeste.

Abril marca o fim do período de transição entre as estações úmida e seca nas principais bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional (SIN). Com chuvas abaixo da média, aumentou a preocupação com o que pode ocorrer nos próximos meses.

Para se ter dimensão da escassez de água nas bacias das usinas, um quarto dos reservatórios das hidrelétricas está com nível abaixo de 30%. Dez dos 39 reservatórios estão no limite da reserva. O dado registrado nesta sexta-feira é o mesmo apontado por reportagem do Metrópoles no início do mês. O baixo nível das bacias pode levar a uma situação de estresse elétrico e até mesmo a apagões.

Além disso, as afluências permanecem abaixo dos valores médios históricos, com a caracterização dos piores montantes verificados para o  Sistema Interligado Nacional (SIN) no período de setembro a maio em 91 anos de série histórica.

A situação hidrológica é crítica atualmente na bacia do rio Paraná, que engloba as bacias dos rios Paranaíba, Grande, Tietê e Paranapanema.

“Nessas bacias, estão localizadas as usinas hidrelétricas com os principais reservatórios de regularização do SIN, cujos recursos são operados de maneira que, nos períodos secos, seus estoques possam ser utilizados de forma otimizada e com vistas a garantir o devido atendimento à carga”, explica o Ministério de Minas e Energia, em nota.

Diante do cenário preocupante, o conselho apresentou alternativas de flexibilizações de restrições hidráulicas. A medida atinge usinas hidrelétricas de Jupiá, de Porto Primavera, de Ilha Solteira, de Três Irmãos, de Xingó, de Furnas e de Mascarenhas de Moraes.

Preservação da água

Segundo o governo, a restrição é para garantir a governabilidade das cascatas hidráulicas no país. “As iniciativas relativas à flexibilização de restrições hidráulicas visam mitigar o risco da perda do controle hídrico na bacia do rio Paraná. Portanto, para além de questões energéticas, o intuito das medidas é garantir a devida governabilidade das cascatas hidráulicas, inclusive quanto à preservação do uso da água, ao longo do período seco de 2021”, destaca o CMSE.

Além disso, o CMSE recomendou à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) que seja reconhecida a situação de escassez hídrica na Bacia do Rio Paraná, bem como encaminhar as propostas deliberadas pelo Colegiado ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), tendo em vista se tratarem de relevantes ações que objetivam a manutenção da segurança no abastecimento e no atendimento eletroenergético.

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