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Rio: vítima de racismo em livraria gastou R$ 6 mil com livros em 2021

Nina da Hora, que denunciou racismo na livraria Travessa do Leblon, zona sul do Rio, é cliente há anos. Ela foi comprar livros para a irmã

atualizado

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Nina da Hora
1 de 1 Nina da Hora - Foto: Reprodução

Rio de Janeiro – A cientista carioca que denunciou racismo em livraria no Leblon, zona sul do Rio, é cliente há anos da Travessa. Ela diz que mesmo após ter sido prensada pelo segurança e impedida de ler, decidiu concluir a compra no valor de mais de R$ 1.300. Ela diz que, em 2021, gastou cerca de R$ 6 mil na livraria.

Na última quinta-feira (3/3), Nina da Hora decidiu ir à loja para comprar livros de faculdade para a irmã e outros, especializados em sua área de atuação.

“Minha irmã queria os livros, eu também queria os livros e eu não iria deixar de fazer a compra, porque o racismo sempre quer paralisar a gente a ponto de não fazer nada”, disse Nina em entrevista ao Metrópoles.

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Nina Da Hora, cientista e pesquisadora, sofreu racismo em livraria no RJ
Cientista e pesquisadora, Nina da Hora era cliente da Travessa
Nina da Hora compartilha fotos de livros na internet
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Cientista e pesquisadora, Nina da Hora denunciou o racismo nas redes sociais

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Nina Da Hora, cientista e pesquisadora, sofreu racismo em livraria no RJ

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Cientista e pesquisadora, Nina da Hora era cliente da Travessa

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Nina da Hora compartilha fotos de livros na internet

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Ela diz que teve uma experiência diferente na semana passada em outra unidade da Travessa:

“Quando o segurança me viu saindo da loja de Botafogo, ele disse: ‘fico emocionado quando vejo pessoas negras saindo da loja cheia de bolsas de livros. Façam isso mesmo’”, contou Nina.

A cientista diz que nunca tinha ido à Travessa do Shopping Leblon e decidiu entrar na loja para conhecer. 

Ela diz que foi até o segundo andar, onde ficam os livros de ciência. A irmã estava com cinco livros na mão e ela carregava seis, além de um disco de vinil, quando um dos funcionários foi atrás delas:

“Era um corredor enorme, só tinha eu e minha irmã, até que ele prensou eu e ela. Se debruçou em cima dos livros que eu estava olhando e ficou parado na minha frente. Ficou olhando para a nossa cara, eu pedi licença e ele empurrou com ignorância, deu um espaço mínimo e deixou a gente passar”, disse Nina.

A cientista disse ao segurança que achava aquela situação toda engraçada, porque todas as vezes em que ela ia à Travessa, sempre deixava mais de R$ 1 mil. O homem ficou sem graça e foi para o andar de baixo.

“A impressão que eu tive era que ele iria expulsar a gente da loja a qualquer momento”, disse Nina.

A cientista disse que foi ao caixa e pediu para chamar a gerência da loja:

“Eu disse a ela que não é porque eu estou de short e chinelo que o segurança pode ficar abordando a mim, a minha irmã e antes mesmo de concluir a explicação, ela me interrompeu para perguntar onde eu morava. Quando falei qual era o bairro, ela mudou a expressão na hora. Disse: ‘ahh então você mora na redondeza’. Ela pediu desculpa, disse que iria conversar com ele e virou as costas”, contou.

Nina foi até o Twitter para compartilhar a situação e descobriu que o seu caso não era isolado. Outras pessoas também foram seguidas e abordadas na Travessa:

“A gerente me respondeu dessa forma, mostrando um total despreparo para resolver esse tipo de situação. E não foi um problema só comigo, é algo recorrente e ninguém faz nada”, diz a cientista.

Nina pretende procurar a polícia e fazer a denúncia contra a loja. Por orientações jurídicas, ela precisa aguardar 24 horas por um posicionamento. Caso contrário, a cientista vai seguir com o processo formal.

A jovem é cientista da computação pela PUCRio, pesquisadora da FGV e desenvolve pesquisa de investigação nos algoritmos de reconhecimento facial, o que chama de HackerAntirracista. Nina faz parte do Conselho de Transparência do TSE para as eleições de 2022.

Em nota, a Travessa informou ao Metrópoles que está “tentando entender o que aconteceu” e ressaltou que “pauta sua atuação pela valorização da diversidade em todos os seus aspectos”. “Não compactuamos com nenhuma prática discriminatória de qualquer natureza”, conclui.

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