Rio: vídeo mostra socorro a diarista que morreu após lipo malsucedida
Duas horas depois da chegada ao local, paciente é retirada de cadeira de rodas pelo médico Brad Alberto Castrillon e morre em seguida
atualizado
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Rio de Janeiro – A Polícia Civil recebeu as imagens do circuito interno de vídeo do Carioca Offices, centro comercial onde funciona a clínica Wanna Beauty Biomedicina Integrada Eireli. Foi lá que a diarista Maria Jandimar Rodrigues, de 39 anos, morreu após ser submetida a uma hidrolipo.
Nas cenas, é possível ver a paciente chegando ao consultório, por volta das 11h. Cerca de duas horas depois, ela é retirada de cadeira de rodas do espaço pelo médico colombiano Brad Alberto Castrillon SanMiguel, que recebe a ajuda de um instrumentador, identificado como Zander, e de uma mulher, que seria sua sócia, Aline Amorim.
Veja:
Adrenalina
Os três conduzem Maria Jandimar até a saída de emergência do Carioca Offices, onde o médico identifica que a paciente está sem pulsação e aplica uma ampola de adrenalina, para que ela resista até a chegada a uma unidade de emergência, como declarado pelo médico em depoimento à polícia.
Também em seu depoimento, o médico conta que solicitou um táxi para o socorro, que chegou ao local junto com equipes do Samu, acionada pelo centro comercial. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, gestora do serviço, equipes de motolância e ambulância avançada (UTI móvel) chegaram ao estacionamento do Shopping Carioca às 13h40.
“Ao chegar ao local, a equipe realizou todo o procedimento de reanimação da vítima com medicação e equipamentos pertinentes, não sendo possível a reversão do quadro. A médica constatou o óbito e aguardou a chegada da Polícia Militar para as demais providências necessárias”, diz a nota oficial.
Conselho
Como o Metrópoles mostrou na quarta-feira (22/12), o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu uma sindicância para apurar a conduta do médico Brad Alberto Castrillon SanMiguel. A clínica Wanna Beauty Biomedicina Integrada Eireli, onde o procedimento foi realizado, não tinha, sequer, licença para oferecer consultas médicas estando impedida de realizar intervenções cirúrgicas.
Ao promover cirurgias no local, feriu o código municipal para o funcionamento de estabelecimentos de saúde e estética. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Renato Carvalho, Brad apresentou um alvará de funcionamento da clínica. Ainda é necessário determinar a causa da morte da diarista, o que deve acontecer após a liberação de laudos de exames complementares feitos pelo Instituto Médico-Legal (IML).