Paes prorroga medidas restritivas e diz que não tem “liberou geral”
Prefeito do Rio, Eduardo Paes, admite que comunicou mal a flexibilização e avisa: “Se o cenário piorar, acabou o plano de abertura”
atualizado
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Rio de Janeiro – Após anunciar plano de flexibilização, projeto que inclui a desobrigação do uso de máscaras, retomada de festas e eventos e até a criação de um feriado seguido de dias de celebração, o prefeito Eduardo Paes (PSD) prorrogou, na manhã desta sexta-feira (6/8), as medidas restritivas de combate à Covid-19 até 23 de agosto. A mudança de rumo, uma semana depois do anúncio, se deve ao aumento de casos da doença e pode significar a desaceleração do plano de retomada dos serviços.
Mesmo com a publicação do caderno de encargos para a realização do Réveillon 2022, festa que contará com 13 palcos e queimas de fogos por toda a cidade, o prefeito fez um mea culpa, dizendo que pode ter se comunicado mal quando falou sobre os planos de reabertura da cidade.
“Está claro que há um novo aumento no número de casos de Covid-19, algo que não ocorria há semanas. Isso me leva a reafirmar que eu, talvez, tenha comunicado mal. Quando anunciamos uma programação de reabertura, isso não quer dizer que a situação está sob o controle. Vou enfatizar: todo o nosso planejamento guarda relação com a evolução do cenário epidemiológico. Se continuarmos com o registro desse aumento de casos, a tendência não é de abrir, mas de fechar mais. Se o cenário epidemiológico piorar, acabou o plano de abertura.”
Segundo o secretário de Saúde, Daniel Soranz, há dois motivos claros para o aumento do número de casos: a variante Delta e o período de inverno.
“O que temos agora é um aumento do número de casos, sem aumento substancial do número de internações ou de óbitos. Mas esse aumento do número de casos já é um indicador bem preocupante”, afirmou Daniel Soranz.
O calendário da cidade prevê a vacinação de todos os adultos acima de 18 anos com a primeira dose até 18 de agosto. De acordo com o prefeito, depois desta data, o plano de vacinação pode sofrer algumas modificações, dando atenção aos adolescentes com comorbidades e deficiência. O prefeito também planeja a aplicação da terceira dose para idosos antes de outubro e quer antecipar a segunda dose para quem tomou a vacina da Pfizer.
Além de especialistas, incluindo membros do comitê científico da própria prefeitura que não foram consultados sobre o plano de flexibilização, sindicatos e associações se uniram e enviaram carta à Prefeitura do Rio repudiando o plano de reabertura da cidade. No primeiro trecho, o texto ressalta que “a letalidade por Covid-19 é superior às taxas dos municípios de Manaus e São Paulo”.
De acordo com reportagem do G1, em outro trecho da carta, eles dizem que “as atuais vacinas conferem proteção contra óbitos, no entanto, padrões de transmissão já elevados podem se agravar em função de variantes do vírus”. Num último trecho, o documento reforça que “mais flexibilização em uma cidade, na qual circulam transportes coletivos lotados e pessoas sem e/ou uso inadequado de máscaras e onde seguimos sem testagem para rastreamento e vigilância genômica precária, são medidas que não conduzem à saída da crise”.
Medidas restritivas atuais
Uso de máscara é obrigatório
Aglomerações seguem proibidas, assim como festas com vendas de ingresso em áreas públicas e particulares
Bares, lanchonetes, restaurantes e quiosques
Permissão para consumo apenas de clientes sentados com distância mínima de 1,5 metro
Mesas e cadeiras limitadas a oito ocupantes
Música ao vivo permitida
Casas de espetáculo, concertos e apresentações
Permitidos, com distanciamento mínimo de 1,5 metro entre participantes
Lotação máxima de 40% em locais fechados
Lotação máxima de 60% em locais abertos, apenas com público sentado
Rodas de samba
Permitidas, com distanciamento mínimo de 1,5 metro entre participantes
Lotação máxima de 40% em locais fechados
Lotação máxima de 60% em locais abertos, apenas com público sentado