Rio: saiba quem eram os mortos no tiroteio que parou a Avenida Brasil
Troca de tiros entre a Polícia Militar (PM) e criminosos no Complexo do Israel, no Rio de Janeiro, deixou mortos e feridos
atualizado
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Na troca de tiros entre a Polícia Militar (PM) e criminosos no Complexo do Israel, no Rio de Janeiro, nessa quinta-feira (24/10), que interditou a Avenida Brasil, a violência venceu. E o saldo trágico são as mortes de três pessoas, que tiveram suas vidas interrompidas no caminho para o trabalho.
Os mortos:
- Paulo Roberto de Souza, 60 anos, motorista de aplicativo. Deu entrada no Hospital Municipal Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo em óbito, com tiro na região da cabeça;
- Renato Oliveira, 48 anos, funcionário de frigorífico. Estava em um ônibus da linha 493B (Ponto Chic-Central) quando uma bala perdida atravessou a janela e o acertou. Foi atendido no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), mas não resistiu aos ferimentos e morreu poucas horas depois. Chegou a ser socorrido pela equipe clínica e cirúrgica, inclusive neurocirurgia;
- Geneilson Eustáquio Ribeiro, 49 anos, motorista de caminhão que trabalhava para a Secretaria Municipal de Educação. Teve perfuração no crânio. Tinha sido intubado e transferido para o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), mas não resistiu.
As vítimas internadas são:
- Um rapaz de 27 anos, ferido na região glútea, segue internado na ortopedia, em observação, no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), em quadro estável;
- Um homem de 27 anos, não identificado, foi atingido no braço e está no HFB.
A paciente Alayde dos Santos Mendes, de 24 anos, sofreu perfuração na coxa direita, com lesão superficial e foi atendida no HMMRC. Após avaliação médica, a jovem recebeu alta hospitalar com orientações. Uma outra vítima, ferida no antebraço e que não foi identificada, também recebeu alta no HFB.
Estágio 2 de risco
O Centro de Operações do Rio de Janeiro publicou um comunicado decretando estágio 2 de risco de ocorrência após troca de tiros.
O órgão da prefeitura explica que o estágio 2 é quando há risco de ocorrências de alto impacto na cidade devido a um evento previsto ou a partir da análise de dados provenientes de especialistas. “Há ocorrência com elevado potencial de agravamento”, alerta.
Apesar disso, no estágio 2, “ainda não há impactos na rotina da cidade, mas os cidadãos devem se manter informados”. A escala vai até 5.
Até o momento, ao menos 20 linhas do BRT tiveram que desviar as rotas por causa da operação policial.
O que houve
No início da manhã dessa quinta, homens do 16º BPM (Olaria) seguiram para as comunidades de Cinco Bocas, Pica-Pau e Cidade Alta – Complexo de Israel –, em busca de uma quadrilha que atua no roubo de carros e cargas.
Em represália e para impedir a entrada dos PMs no complexo, os bandidos atearam fogo a vários carros e a barricadas. Uma viatura foi fuzilada.
“As tropas enfrentaram forte resistência dos criminosos e dificuldade de avanço no terreno por causa das valas que eles cavam. Há relatos de que criminosos, na tentativa de fugir, saíram atirando e, por isso, houve a necessidade de interrupção do fluxo da Avenida Brasil e dos ramais da Supervia”, relatou a tenente-coronel Cláudia Moraes, porta-voz da PM.
Às 8h30, a via foi reaberta.
Caos e pânico
A operação da Polícia Militar no Complexo do Israel, no Rio de Janeiro, causou pânico e transtornos aos civis que atravessavam a Cidade Alta. Em vídeos publicados nas redes sociais, é possível ver diversas pessoas se escondendo atrás de um ônibus, ainda na pista. Veja:
“Tiroteio no ônibus em que eu estou. Meu Deus”, afirma um dos passageiros de um ônibus atingido por uma bala perdida. Em outro vídeo, um homem afirma: “Olha como a gente está dentro do BRT. Brasil”, enquanto mostra várias pessoas sentadas no chão do transporte público. Em outro momento, um motorista de caminhão registra diversos civis se protegendo do tiroteio na Avenida Brasil.