Rio registra caso de raiva animal em cachorro pela 1ª vez em 36 anos
O animal chegou a ser levado a dois veterinários. Caso se agravou e o bicho teve que ser internado, mas não resistiu e morreu
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de Janeiro – Depois de mais de três décadas sem registrar casos de raiva animal, o Rio diagnosticou um cachorro com a doença. O animal era de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi atendido na capital, mas não resistiu e morreu. O diagnóstico foi feito pelo Instituto Municipal Jorge Vaitsman.
Às autoridades, o tutor do animal informou que o cão teve contato com um morcego no dia 26 de março, mas só apresentou os primeiros sintomas da doença – baba e falta de coordenação – na semana passada. O último caso registrado havia sido identificado em 1985.
Ainda segundo ele, o animal chegou a ser levado a dois veterinários. O primeiro não suspeitou de raiva. O caso se agravou e o bicho teve que ser internado, mas não resistiu.
O corpo foi encaminhado ao Instituto Jorge Vaitsman, onde o exame no cérebro do animal detectou o vírus da raiva.
Por falta de imunizante, a vacinação antirrábica foi suspensa em 2019, suspendendo, assim, a principal medida de prevenção da doença para cães e gatos. Com a pandemia, os serviço também ficou abaixo das expectativas em 2020.
O Metrópoles solicitou à Secretaria Municipal de Saúde, grupo ao qual pertence o Instituto de Vigilância Sanitária e as unidades veterinárias da rede, os dados de vacinação antirrábica na capital e aguarda o levantamento dos dados.
O presidente da Comissão de Defesa dos Animais da Câmara, vereador Luiz Ramos Filho (PMN), classificou a situação como grave e lembrou que, ano passado, apenas 390 mil animais foram vacinados. A meta, então, era ter vacinado no mínimo 500 mil, 80% da população.
“Esse caso é extremamente grave. É preciso alertar a população. A raiva é uma doença muito séria, não tem cura, o animal morre em média 10 dias depois de apresentar os primeiros sintomas. É muito preocupante porque a vacinação vem caindo drasticamente no nosso município”, diz o parlamentar.
Sintomas da raiva em cães
Os primeiros sintomas da doença são a paralisação parcial dos músculos da garganta. O animal deixa de beber água, baba e tem o chamado latido botonal (um grave e um agudo).
Em estágios mais avançados da doença, o bicho apresenta falta de coordenação motora e alteração da visão e da audição, o que provoca irritabilidade e fúria.
A raiva pode ser transmitida por cães, gatos e morcegos, por meio do contato com a secreção infectada. O mais comum é o contágio por mordida de cão ou arranhão de gato.
Transmissão da raiva
A transmissão da raiva ocorre por meio da saliva de animais infectados, principalmente por mordidas, mas também podem ocorrer via arranhões e lambidas desses animais.
Em março do ano passado, o Rio de Janeiro registrou a primeira morte por raiva humana no estado desde 2006, com o caso de um adolescente mordido por um morcego em Angra dos Reis.
Na capital , não há ocorrência de raiva humana desde 1986.