Rio quer usar autotestes e rastrear Covid nas escolas públicas
Após sinal verde da Anvisa a autotestes de Covid, prefeitura do Rio espera analisar casos suspeitos e contactantes na rede pública de ensino
atualizado
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Rio de Janeiro – Com a aprovação dos autotestes para a Covid-19 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nessa sexta-feira (28/1), a prefeitura do Rio espera ter condições para rastrear a progressão de Covid nas unidades da rede de ensino do município.
Por unanimidade, Anvisa aprova uso de autotestes de Covid no Brasil
No último dia 13/1, as secretarias municipais de Educação (SME) e Saúde (SMS) solicitaram à Anvisa a liberação deste tipo de teste para conter o avanço da doença nas salas de aula do Rio de Janeiro – tendo em vista que as atividades presenciais estão programadas para voltar no dia 7/2.
“Os autotestes são uma ferramenta a mais para manter as escolas abertas. Em vez de fechar toda uma turma, poderemos identificar e isolar apenas os infectados com mais facilidade, reduzindo ao máximo as interrupções nas atividades”, ponderou o secretário municipal da Educação, Renan Ferreirinha em entrevista ao Metrópoles.
“Até o momento, se uma criança se infecta na sala, todas da turma voltam ao remoto. Os autotestes permitirão que façamos as testagens e avaliemos se é um caso isolado ou não”, acrescentou.
Segundo o secretário, a opção pelos autotestes teve como referência as experiências em outros países – como Portugal, França, Alemanha, EUA, Canadá e Argentina – que fizeram uso desse recurso.
Aprovação pela Anvisa
Com o sinal verde da Anvisa, os autotestes poderão ser comercializados em farmácias e estabelecimentos de saúde que tenham licença sanitária e estejam regularizados. O produto também poderá ser vendido pela internet por empresas autorizadas.
Os testes ainda não estão disponíveis para compra. De acordo com a Anvisa, cada empresa interessada em vender o autoteste deve pedir registro junto à agência, que vai analisar cada solicitação.
Como funciona o autoteste
O autoteste é parecido com o teste rápido de antígeno, mas pode ser feito em casa. No kit, vem um dispositivo de teste, um tampão de extração, um filtro e o swab — uma espécie de cotonete usado para a coleta nasal.
“É um método já empregado em muitos países do mundo, não só para Covid-19, como para várias outras doenças. Ele precisa ser validado posteriormente por um profissional de saúde e registrado nos sistemas de notificação, mas, no geral, são mais baratos e facilitam o diagnóstico”, afirmou o secretário municipal da Saúde do Rio, Daniel Soranz ao Metrópoles.
Segundo ele, a eficácia do autoteste é muito parecida com a do PCR. “É um pouco menos sensível, mas já existem produtos de altíssimo padrão. Não há motivo para a gente ter nenhuma contestação ao autoteste”, disse ele.
Risco de um falso negativo
Soranz reconheceu que existe a chance de um falso negativo pelo autoteste: “Isso não o invalida. A taxa de eficácia fica em torno de 80%, o que a gente considera bastante razoável”.
Para evitar um falso negativo, pontuou o secretário, é importante realizar o procedimento de maneira adequada, assim como as instruções indicam.
“O autoteste tem uma capacidade altíssima de detecção positiva e, de fato, permite que a pessoa possa identificar até mesmo casos assintomáticos e se isolar. Então, ele é uma estratégia de identificação de casos e redução de transmissão bastante exitosa”, concluiu Soranz.