Rio: quem é Victor Poubel, o novo chefe da Administração Penitenciária
Candidato não eleito duas vezes, o delegado federal Victor Poubel participou de ações importantes para a segurança pública do Rio de Janeiro
atualizado
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Rio de Janeiro – O novo comandante da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio é o delegado federal Victor Hugo Poubel, responsável por ações de impacto para a segurança pública do estado, como prisões de policiais que faziam a escolta do traficante Nem da Rocinha e outros envolvidos em esquema de corrupção no batalhão de São Gonçalo. Atualmente, Poubel estava lotado na Superintendência da instituição no Rio.
Poubel foi indicado para o cargo após a queda da cúpula na administração penitenciária do estado. Nesta terça-feira (17/8), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Simonia, para desarticular esquema criminoso que relacionava a chefia do sistema com o Comando Vermelho. O secretário Raphael Montenegro, o subsecretário da Gestão Operacional, Wellington Nunes da Silva, e o superintendente Sandro Farias Gimenes foram presos.
Victor Poubel, delegado de 53 anos, tentou carreira na política, candidatando-se, sem sucesso, por duas vezes: em 2018, ligado ao Partido Progressista (PP), disputou a corrida por uma vaga como deputado federal. Já nas eleições do ano passado, filiou-se ao Cidadania e disputou uma vaga na Câmara de Vereadores do Rio, obtendo 1.379 votos.
Na operação na Rocinha, zona sul do Rio, 15 pessoas acabaram presas na investida contra a quadrilha liderada por Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, entre elas três advogados do traficante. A equipe do delegado monitorou Nem e seus comparsas após a prisão do criminoso e, cerca de 10 dias depois, escutas telefônicas revelaram que o traficante mantinha contato com a mãe, mesmo de dentro da cadeia. Nem foi preso por PMs do Batalhão de Choque (BPchoque) tentando fugir da comunidade no porta malas de um carro.
Antes da prisão de Nem, a equipe de Poubel realizou, em um dos acessos à Rocinha, a prisão de policiais que faziam escolta para traficantes. Na ocasião, foram presos cinco traficantes, três policias civis, um PM reformado e um ex-policial militar.
Já em 2012, o delegado da PF foi responsável pelo inquérito policial sobre as investigações do desaparecimento de R$ 5 mil, em 100 notas de R$ 50, da Casa da Moeda. O dinheiro desapareceu do local, em 14 de janeiro de 2011.
Segundo a colunista Berenice Seara, do Jornal Extra, Poubel já era desejado pelo governador do Rio, Cláudio Castro, indicado pelo deputado federal Altineu Côrtes, presidente do PL, partido de Castro. Em julho, quando estourou o escândalo no qual adolescentes foram vítimas de abusos sexuais sob a guarda do estado, ele foi cotado para assumir o Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), mas o pedido do chefe do Executivo estadual esbarrou no Ministério da Justiça.