Rio: OAB recebe denúncias de assédio sexual em escola da Aeronáutica
A Comissão de Direitos Humanos da OAB recebeu, em abril, denúncias de alunas e ex-alunas da instituição. Dois professores são investigados
atualizado
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Rio de Janeiro – A Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ recebeu, em abril, denúncias de um grupo de alunas e ex-alunas do Colégio Brigadeiro Newton Braga, na Ilha do Governador, zona norte do Rio, por assédios sexuais na unidade.
Os casos teriam acontecido entre 2014 e 2020, e o crime partiria de dois professores, um de História e outro de Educação Física.
Em 2020, algumas das estudantes criaram um perfil no Twitter para denunciar as práticas abusivas, e a iniciativa ficou conhecida como “Exposed Newton”.
A instituição, subordinada à Força Aérea Brasileira, começou, então, uma investigação interna em junho do mesmo ano, não concluída até hoje.
Ao Metrópoles a advogada Patrícia Félix, conselheira tutelar da Comissão e uma das responsáveis por atender as jovens, confirmou que a escola abriu inquérito policial militar para apurar os casos.
No entanto, a Justiça Militar ordenou que as investigações só tenham sequência após averiguação por meio de Processos Administrativos Disciplinares (Pads).
Assédio
Em prints apresentados à OAB, há uma conversa atribuída ao professor de História acusado. Nas mensagens, ele teria dito a uma das alunas que gostaria de tê-la em seus braços.
“Já estive em ti, em pensamento, várias vezes. Você é a beleza e a pureza juntas”, afirmou em material obtido pelo G1. Em outro momento, teria dito: “Você é linda. Quero te pegar no colo. Você é toda especial. Deixa eu te ver e te pegar no colo”.
Durante a troca de mensagens, ele ainda teria chegado a sugerir que a menina fugisse de casa: “Desfaça as amarras”.
Procedimento
O objetivo do grupo denunciante é buscar auxílio jurídico na OAB para que o caso seja investigado pelo Ministério Público Federal (MPF), já que o local é ligado a uma das forças militares brasileiras.
“A Comissão tem legitimidade representativa desse grupo de alunos, e o próximo passo é fazer a representação da denúncia via MPF. Nossa intervenção vai ser essa provocação. Elas nos procuraram como uma forma de acelerar a judicialização, para sair da questão administrativa”, apontou a advogada.
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