Rio: mulher acusada de roubo é obrigada a esvaziar bolsa em loja. Veja

Uma mulher afirmou ter sido acusada de roubo por um segurança em uma loja da Casa e Vídeo em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, nessa terça-feira (7/1). Um vídeo compartilhado nas redes sociais pela deputada estadual Renata Souza (PSol) mostra os pertences da mulher espalhados no chão.

Sandra Silva de Carvalho relatou ter sido acusada de roubo por um segurança, que, segundo ela, a obrigou a “tirar de dentro da bolsa o que roubou”.

Veja o vídeo:

“Não preciso roubar nada de ninguém não, eu trabalho. Eu não preciso não. Quem me acusou foi esse cidadão aí, me acusando de roubo. Eu saindo e vira e fala ‘você botou, tira de dentro da bolsa’ o que que eu botei, moço”, diz a mulher em gritos.

No vídeo, a mulher aparece com a bolsa no chão e os objetos espalhados, gritando em indignação diante da situação.

“Eu fui alí na loja Casa e Vídeo na Figueiredo Magalhães, na Copacabana, fazer um pagamento. Nisso que eu acabei de fazer um pagamento via pix, eu desisti de comprar uma Coca-Cola. Eu dei para o rapaz que me atendeu no caixa. Quando eu paguei para sair, o segurança veio: ‘tira o que você roubou de dentro da sua bolsa. Tira, abre a bolsa’. Tirei tudo da minha bolsa”, conta Sandra.

No vídeo, a vítima aparece gritando e, em seguida, explica o que aconteceu.

“Tinha uma assistente social do meu lado e um jornalista. Ele [jornalista] virou para mim e falou: ‘Isso é discriminação, né?’. É uma coisa muito abusiva. Porque nós somos de cores, eles acham que nós negros somos ladrões. Então, eu peço justiça”, desabafa Sandra.

Sandra informou que abriu um boletim de ocorrência na 12ª DP e foi registrado como constrangimento ilegal. “O crime foi registrado como constrangimento ilegal na 12ª DP (Copacabana). A tipificação tem como base a declaração da vítima, que não narrou ato explicitamente racista. Contudo, a ocorrência foi encaminhada para a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que dará continuidade à investigação a fim de apurar todos os fatos”, explica a polícia em nota.

A Casa e Vídeo publicou uma nota da qual alega que “não compactua e repudia qualquer ato de discriminação e desrespeito ao próximo”. Veja:

Eles explicaram que a empresa “está apurando o ocorrido e está tentando contato direto com a cliente”. “Reafirmamos nosso compromisso em investigar 100% das denúncias e adotar medidas necessárias.”