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Rio: grupo do PCC é suspeito de lavar dinheiro do combate à Covid-19

Esquema pela organização criminosa teria ajudado na movimentação de verbas durante gestão do governador cassado Wilson Witzel

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1 de 1 Policia Federal - PF - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Deflagrada pela Polícia Federal (PF) esta semana, a Operação Tempestade investiga o esquema de lavagem de dinheiro usado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para movimentar dinheiro do tráfico de drogas. A suspeita é que esses recursos foram desviados de hospitais de campanha para a Covid-19 no Rio, durante a gestão do governador cassado Wilson Witzel.

Wilson Decaria Junior, o Tio, além de ser um dos doleiros acusados, é apontado como elo entre a apuração da PF e a Operação Sharks. Segundo os investigadores, os principais esquemas de lavagem de dinheiro do PCC são dois. O primeiro envolve uma doleira identificada pelos criminosos como “Veia”, enquanto o segundo é o esquema detectado pela Operação Tempestade. Ele usava pelo menos duas empresas como bancos: o “Banco Neman” e Bidu Cobranças, Investimentos, Transportes e Participações. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

De acordo com a PF, os investigados criaram estrutura própria para o “branqueamento de capitais por meio do uso de empresas fictícias e de laranjas conscientes” com emissão de notas fiscais frias para justificar a prestação de serviços inexistentes. Apontado como líder do esquema, Dalton Baptista ainda incluiria seu filho na ação, que contaria ainda com a participação de Decaria Júnior.

A investigação aponta que o advogado e lobista Roberto Bertholdo seria a peça que uniria os dois esquemas. Ele é investigado por suposto envolvimento em desvio de recursos de hospitais de campanha para a Covid-19 no Rio.

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De acordo com a PF, os investigados criaram estrutura própria para o "branqueamento de capitais por meio do uso de empresas fictícias e de laranjas conscientes" com emissão de notas fiscais frias para justificar a prestação de serviços inexistentes
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A Operação Tempestade investiga o esquema de lavagem de dinheiro usado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para movimentar dinheiro do tráfico de drogas

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De acordo com a PF, os investigados criaram estrutura própria para o "branqueamento de capitais por meio do uso de empresas fictícias e de laranjas conscientes" com emissão de notas fiscais frias para justificar a prestação de serviços inexistentes

Divulgação/Polícia Federal

O relatório da PF aponta que Bertholdo seria representante do Instituto de Atenção Básica e Avançada da Saúde (Iabas), que foi contratado pelo governo do Rio para construir os hospitais de campanha. Durante as investigações, os agentes encontraram R$ 700 mil transferidos da conta do escritório de Bertholdo para a empresa Bidu Importação e Exportação Eirelli, dos Nemans.

Além disso, em uma conta bancária ligada a Bertholdo, os policias federais afirmaram terem encontrado nove depósitos feitos pelo Iabas no valor de R$ 6,5 milhões e quatro outros feitos por Bertholdo à Bidu, no valor de R$ 2,4 milhões. Ao todo, Roberto Bertholdo teria movimentado por meio de uma empresa R$ 77 milhões. Já os Nemans teriam movimentado cerca de R$ 220 milhões.

Detectado pela primeira vez como o doleiro misterioso na Operação Shark, Tio foi descoberto após a delação do piloto de helicóptero Felipe Ramos Morais.

Realizada pelo Grupo de Atuação Especial e repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco), a investigação encontrou planilhas que indiciavam a movimentação de R$ 1,2 bilhão pelo PCC com o tráfico de drogas.

Para o promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco, os dados da Operação Tempestade e da Operação Sharks apontam que o PCC mantinha operações para movimentar dinheiro do tráfico entre a Holanda, o Paraguai e o Brasil. A somatória do tráfico doméstico e do tráfico internacional chega a cerca de R$ 3 bilhões.

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