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Rio é o segundo estado em número de casos de violência contra a mulher

Redes de apoio, como a Sala Lilás do Rio de Janeiro, oferecem atendimento especializado e são fundamentais para superar as agressões

atualizado

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Violência contra a mulher
1 de 1 Violência contra a mulher - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Rio de Janeiro – O Dia Internacional da Mulher revela, além da necessidade de políticas públicas específicas para elas, dados preocupantes sobre a situação de violência e vulnerabilidade que as pessoas do sexo feminino enfrentam diariamente no Brasil. Dados da rede Observatórios da Segurança apontam que o Rio de Janeiro, por exemplo, teve 338 eventos de violência monitorados, ficando atrás apenas de São Paulo, com 793.

Os casos monitorados revelam ainda que, em 58% dos casos de feminicídios e em 66% dos casos de agressão, os criminosos eram maridos, namorados ou ex-maridos e ex-namorados das vítimas. O aumento no número de casos é, segundo especialistas, mais um efeito devastador causado pelo novo coronavírus, que já matou mais de 270 mil pessoas no Brasil.

A violência contra a mulher não está restrita a crimes domésticos. O Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro registou aumento do número de estupros no mês de janeiro – foram dos 398 em 2020 para os atuais 469, um aumento de 17,8% quando comparados os meses de janeiro dos dois anos.

Às vítimas, resta buscar acolhimento e mecanismos para lidar com as agressões sofridas. E é exatamente para dar esta segurança que redes de apoio são fundamentais, como a Sala Lilás, espaço criado para prestar atendimento especializado e humanizado às mulheres vítimas de violência física e sexual do Rio de Janeiro. Hoje, cinco unidades estão em funcionamento (duas na capital, uma em Petrópolis, uma em Niterói e uma em São Gonçalo).

A Sala Lilás fica nos postos do Instituto Médico-Legal (IML) e é equipada para fazer exames periciais e oferecer à vítima atendimento multidisciplinar com policiais, assistentes sociais e enfermeiras especializadas neste tipo de atendimento, todos juntos no mesmo espaço, permitindo que a mulher se sinta à vontade para relatar e falar sobre a violência sofrida.

O projeto é o resultado de uma parceria da Polícia Civil do Rio com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, das secretaria de Saúde do estado e do município do Rio. Somente ano passado, 899 atendimentos foram realizados apenas nas duas unidades da capital. Os dados de 2019 não foram informados pela Secretaria Municipal de Saúde.

“A mulher vítima de violência doméstica em sua maioria vai sendo afastada da sua rede de convivência, obrigada pela própria condição de agressão a que está submetida. É a rede de apoio familiar e social que vai fortalecer essa mulher na sua nova caminhada sem violência”, avalia Sueli Ferreira, diretora da Casa Abrigo Lar da Mulher, outro centro de apoio mantido pelo Rio Solidário, que acolhe e garante a segurança de mulheres e seus filhos em situação de risco, encaminhados por centros de referência de atendimento à mulher.

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Sala Lilás atende mulheres vítimas de violência
Casa Abrigo Lar da Mulher, que acolhe e garante a segurança de mulheres e seus filhos em situação de risco
Casa Abrigo Lar da Mulher, que acolhe e garante a segurança de mulheres e seus filhos em situação de risco
Casa Abrigo Lar da Mulher, que acolhe e garante a segurança de mulheres e seus filhos em situação de risco
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Sala Lilás atende mulheres vítimas de violência

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Casa Abrigo Lar da Mulher, que acolhe e garante a segurança de mulheres e seus filhos em situação de risco

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O abrigo, gerenciado pela instituição sem fins lucrativos RioSolidario, funciona 24 horas em endereço sigiloso como residência temporária de até seis meses para as vítimas, mulheres e seus filhos, e tem capacidade para até 60 pessoas. A ideia é reestruturar essas mulheres para que elas possam retornar fortalecidas para a sociedade.

No caso da Sala Lilás, a assistência à mulher vítima de violência não se encerra no primeiro atendimento. Todos os casos são informados às unidades da rede básica de saúde para que profissionais acompanhem mulheres, crianças ou adolescentes em situações de vulnerabilidades relacionadas à violência e que tenham recebido atendimento.

A violência interpessoal é caso de notificação compulsória, e cada registro deve ser comunicado à Secretaria de Saúde do município onde a vítima recebeu atendimento. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio, no ano de 2019 foram notificados 8.755 casos de violência interpessoal doméstica, sendo 8.350 casos em residentes no município.

Em 2020, foram notificados 6.812 casos de violência interpessoal doméstica, sendo 6.522 casos em residentes no município do Rio. Neste ano, 1.005 casos de violência interpessoal doméstica já foram notificados, sendo 966 deles contra pessoas residentes no município do Rio.

Os serviços das Salas Lilás funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e as mulheres são recebidas a partir da denúncia registrada nas delegacias.

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