Rio: cabo denuncia assédio praticado por sargento dentro do Exército
O militar subordinado gravou toda a ação com um celular no bolso e depois denunciou o suposto crime
atualizado
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Um sargento do Exército que mora no Rio de Janeiro é acusado por um cabo de assédio sexual, que teria ocorrido em um prédio no bairro da Urca, onde moram generais do Exército. O sargento Ricardo Godoi, que era responsável pela administração do imóvel, teria assediado o subordinado, que fazia parte da segurança do local. A denúncia envolvendo os militares foi veiculada pelo programa Fantástico, da Rede Globo, neste domingo (14/2).
De acordo com testemunhas o sargento já tinha a fama de causar essas “investidas” durante o expediente. Em uma delas um cabo, que não teve a identidade revelada, gravou toda a ação com um celular no bolso e depois denunciou o suposto crime.
O cabo conta que foi atraído pelo sargento durante o expediente. “Ele me chamou pra fazer uma verificação de uma alteração em um apartamento que estava vazio. Ele fecha a porta. Quando ele me pede para sentar no sofá da sala, começa a fazer elogios do meu porte físico, né, e começa a acariciar as minhas pernas. Ele queria fazer sexo oral”, conta.
O sargento também teria oferecido dinheiro para o cabo. De acordo com a vítima, em troca das “investidas” ele ofereceu cerca de R$ 200 e R$ 300. “R$ 200 só pra botar a mão nele”, teria dito o sargento, segundo a gravação. “Não dá pra melhorar essa parada aí?”, teria questionado o cabo. “R$ 300? Vem cá, vem cá. Se você for legal comigo, eu vou te ajudar”, teria sido a resposta.
Na reportagem, a vítima diz ainda que, cinco dias após a primeira “investida”, outro assédio aconteceu. Dessa vez o sargento abriu o zíper e colocou a mão na cueca do cabo.
Repercussão
O cabo que fez a denúncia está afastado do Exército por problemas psicológicos. Ele ainda se diz prejudicado duas vezes: pelo assédio que conta ter sofrido e por ter passado de vítima a investigado, uma vez que o Exército o indiciou por crime militar. Agora, o Ministério Público Militar é que vai definir quem será mesmo denunciado e por qual tipo de crime.
O suposto crime está sendo investigado no Primeiro Batalhão de Polícia no Exército do Rio de Janeiro. Em nota, o Exército disse que foram adotadas as medidas cabíveis. Porém, não quis comentar o andamento da investigação e reafirmou sua “responsabilidade com preceitos legais, princípios éticos e valores morais”.
O sargento Godoi foi transferido da administração daquele prédio para outra função não divulgada pelo Exército.
A reportagem ainda trouxe outros militares que também se disseram vítimas do sargento. “O pessoal já falava que ele oferecia dinheiro. A invertida do sargento acontecia em qualquer lugar do prédio”, acrescentou um dos supostos assediados.