Reunião entre Lula e Zelensky no G7 é cancelada por “incompatibilidade de agendas”
Ministério das Relações Exteriores chegou a divulgar que haveria encontro de Lula com Zelensky e uma sala chegou a ser montada para reunião
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, não terão um encontro bilateral durante a cúpula do G7 em Hiroshima, no Japão.
Essa reunião havia sido negociada e ocorreria neste domingo (21/5). Uma sala chegou a ser montada para esse momento, mas o encontro acabou cancelado. O governo brasileiro informou que o cancelamento foi motivado por “incompatibilidade de agendas”.
Ao responder se tinha ficado desapontado em não conseguir se reunir reservadamente com Lula, Zelensky foi irônico . “Eu acho que ele ficou desapontado”, disse Zelensky, sorrindo, após ser questionado por jornalistas em Hiroshima neste domingo (21/5). Veja:
“Eu acho que ele ficou decepcionado”, diz Zelensky ao ser perguntado se ficou desapontado por não se reunir com Lula.
Líder ucraniano afirmou que se encontrou com diversos líderes, mas que incompatibilidade de agendas inviabilizou reunião com presidente brasileiro.
(Via:… pic.twitter.com/IKMak1rnZR
— Metrópoles (@Metropoles) May 21, 2023
O encontro foi pedido oficialmente pela diplomacia ucraniana na sexta-feira (19/5), mas a equipe de Lula hesitou no início, e a delegação brasileira só respondeu e tentou marcar horários já neste domingo.
Uma sala chegou a ser montada para a reunião pela diplomacia brasileira, mas Zelensky tinha outros encontros marcados, como com o presidente norte-americano, Joe Biden, e não conseguiu espaço. No fim, ambas as diplomacias disseram que a reunião não ocorreu por “incompatibilidade de agendas” dos dois líderes.
Mesmo assim, Lula e Zelensky se encontraram em uma reunião com outros chefes de Estado, na qual o presidente brasileiro condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia. O objetivo de Zelensky ao pedir uma conversa com Lula era convencer o brasileiro a apoiar o plano de paz da própria Ucrânia, que exige a retirada total da Rússia de seu território.
Lula, assim como líderes de outros países dos Brics, como China e Índia, tem adotado uma posição um pouco mais neutra em relação à guerra, que condena a invasão russa, mas tenta insistir em negociações que levem ao cessar fogo e à paz.
No início de maio, ao receber em Brasília o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, Lula defendeu uma paz negociada e citou que o Brasil quer ajudar os envolvidos a encontrarem um “meio termo” entre seus objetivos.
Após ter sido criticado mundo afora por ter dito nos Emirados Árabes, em abril, que “a decisão da guerra foi tomada por dois países”, o brasileiro tem insistido em condenar a invasão do território ucraniano pelos russos e em dizer que, para além dessa condenação, é preciso avançar no diálogo e buscar efetivamente a paz.
“Cada país tem sua razão”, disse Lula, em declaração conjunta com o líder holandês, após reunião bilateral entre os dois no Palácio do Planalto. “A Ucrânia efetivamente não pode aceitar ocupação de seu território, tem de resistir. A União Europeia tem sua razão na solução que tomou [ficar ao lado da Ucrânia e contra a Rússia], e Brasil e outros países têm sua razão de querer encontrar um meio termo. Eu acho que é possível. Se acreditasse que é impossível, não estaria metido nisso até os dentes”, disse o petista na ocasião.