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Réu por organização criminosa, Gladson Cameli será ouvido no STJ

O governador do Acre é investigado pela suspeira de liderar um esquema fraudulento em obras no Estado com prejuízo de R$ 150 milhões

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1 de 1 imagem colorida mostra governador do acre gladson cameli - Metrópoles - Foto: Mardilson Gomes/SEE/governo do Acre

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai ouvir, na manhã desta terça-feira (5/11), o governador do Acre, Gladson Cameli, em ação na qual ele é investigado pela suspeira de liderar um esquema fraudulento em obras no Acre que gerou um prejuízo de cerca de R$ 150 milhões.

Em maio, o STJ aceitou denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e tornou Gladson réu pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraude à licitação.

Os ministros da Corte Especial do STJ, no entanto, não aceitaram pedido da PGR para que o governador fosse afastado do cargo. Cameli teve bens bloqueados e foi proibido de fazer contato com outros investigados.

De acordo com o voto da relatora do processo no STJ, ministra  Nancy Andrighi, os elementos colhidos no curso da investigação anterior à abertura do processo apontam que o governador do Acre integrou uma organização criminosa com a finalidade de praticar crimes de fraude à licitação, peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

“Em juízo sumário de cognição, restou demonstrado que a organização criminosa agia de forma estruturalmente organizada, caracterizada pela divisão formal de tarefas e com o objetivo de obter, direta e indiretamente, vantagem indevida derivada dos crimes de fraude à licitação, peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro”, frisou a relatora em voto seguido por unanimidade.

As investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) apontam que o governador seria o chefe da organização criminosa e beneficiário central das vantagens. “Há indícios de que Gladson Cameli agiu ativamente para assegurar a execução do esquema investigado, escolhendo, sem qualquer critério técnico, as empresas que receberiam os pagamentos do Estado do Acre por serviços prestados”, indicou o voto da ministra.

O Metrópoles procurou o advogado de defesa de Cameli, mas ele não havia respondido até a última edição desta reportagem. Em matéria anterior, na coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, o advogado Pedro Ivo e Franciso Agosti, que defendem o governador Gladson Cameli, afirmaram que ele “segue à disposição das autoridades e colaborando com mais essa etapa processual, ao mesmo tempo em que reafirma o seu total apoio e confiança na Justiça”.

E que “seu depoimento será a primeira vez que terá a real oportunidade de ser ouvido, após quase três anos do início das investigações”. Eles alegaram ainda que o depoimento “servirá para provar a sua inocência e a total lisura dos seus atos à frente da administração pública estadual”.

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