metropoles.com

“Resta um”: em 13 cidades, só um candidato a vereador sairá derrotado

Algumas cidades do Brasil têm apenas um candidato a vereador a mais, em relação ao número de vagas disponíveis nas Câmaras Municipais

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Arte Metrópoles
capa-cadidatos
1 de 1 capa-cadidatos - Foto: Arte Metrópoles

A disputa eleitoral em algumas cidades do Brasil está mais previsível do que se imagina. Além do recorde de 214 municípios com apenas um candidato a prefeito, as eleições deste ano atingiram também o maior número de locais onde apenas um candidato a vereador sairá derrotado.

Em 13 cidades do Brasil, a próxima formação da Câmara Municipal já está, praticamente, pré-anunciada, pois sabe-se que o número de candidatos tem apenas uma pessoa a mais, em relação ao número de vagas disponíveis. A grande pergunta que circula nesses locais é sobre quem será o único derrotado.

A pequena Riacho da Cruz, no oeste do Rio Grande do Norte e com menos de 3 mil habitantes, vive uma combinação de previsibilidades. O tabuleiro da política local enfrenta um marasmo incomparável no Brasil. Além do candidato único a prefeito, que é o atual chefe do Executivo em busca de reeleição, Marco Aurélio (PP), a cidade tem 10 candidatos a vereador para as nove vagas disponíveis.

Desses 10 concorrentes, apenas uma pessoa é novata: Jucileide Oliveira (PP), que disputa uma eleição pela primeira vez. Os demais são, exatamente, os nove atuais vereadores que já ocupam as cadeiras da Câmara Municipal e que buscam, portanto, um novo mandato. Riacho da Cruz está sujeita a ter mais quatro anos com a mesma composição política, sem nenhuma alteração.

Falta de oposição

Chama atenção, ainda, o fato de que todos os 10 candidatos a vereador são do mesmo partido do prefeito – Progressistas (PP) -, o que denota falta de oposição na cidade. Essa realidade é a mesma na maioria dos 13 municípios, onde apenas um candidato a vereador sairá derrotado.

Em Jaramataia e Mar Vermelho, ambas em Alagoas, a situação é semelhante a de Riacho da Cruz. Além dos candidatos únicos à prefeitura, que são os atuais ocupantes do cargo em busca de reeleição, os 10 concorrentes a uma vaga de vereador, em cada uma das duas cidades, são todos da mesma sigla: MDB.

O partido, que tem histórico municipalista, domina a política na maioria das 13 cidades que terão derrotado único na disputa pela Câmara. Ele aparece, ainda, em três locais do Piauí, onde todos os candidatos são do MDB – Curral Novo do Piauí, Floresta do Piauí e Jacobina do Piauí – e em Pilões, no Rio Grande do Norte.

O monopólio partidário ocorre, também, nas disputas de São João do Jaguaribe (CE), com prefeito e vereadores do PSD; em Perolândia (GO), do União Brasil; em Poço Dantas (PB), do Republicanos; e em Serra Grande (PB), do PSB.

Confira a lista das cidades com baixa concorrência na disputa por vagas de vereador:

O que explica essa situação?

Toda essa falta de concorrência está associada a uma combinação de fatores que passa, também, por mudanças recentes na legislação eleitoral. O primeiro elemento, claro, é o candidato único a prefeito. A falta de um concorrente a mais contribuiu para que outros partidos não registrassem candidaturas a vereador nesses municípios.

Nesse caso, existe, ainda, um aspecto central: muitos dos candidatos únicos não fizeram coligação ou composição partidária com outras siglas. Com isso, além da disputa solitária, muitas candidaturas estão registradas com apenas um partido, e isso refletiu, consequentemente, na falta de diversidade das opções de voto para vereador.

Já a quantidade de candidatos, com apenas uma opção a mais em relação ao número de vagas nas Câmaras locais, está associada a uma questão técnica. Passou a valer nas eleições deste ano a Lei nº 14.211/2021 que reduziu o limite do número de candidatos que um partido pode registrar nas eleições proporcionais.

A regra atual estipula que o limite de concorrentes deve ser o total de vagas em disputa na Câmara de cada cidade, mais um. A fórmula passou a ser, portanto, 100% das vagas a preencher, mais um. Antes, o máximo variava de 150% a 200%, ou seja, poderia atingir até o dobro das vagas disponíveis.

Em um contexto, portanto, de candidatura única à prefeito, com chapas puras, sem coligações ou composições partidárias, era de se imaginar, matematicamente, que o total de candidatos a vereador seria muito próximo do número de vagas disponíveis e do mesmo partido do candidato majoritário.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?