Resíduos de animais viram combustível sustentável para aviação
Resíduos das operações da JBS nos Estados Unidos, Canadá e Austrália foram direcionados para a produção de combustível sustentável
atualizado
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Resíduos de animais estão sendo reaproveitados para a produção de combustível para aeronaves. Em dois anos, 1,2 milhão de toneladas de sebo bovino e banha de porco provenientes das operações da JBS nos Estados Unidos, Canadá e Austrália foram direcionadas para a produção de combustível sustentável para aviação, conhecido como SAF (sigla em inglês para ‘Sustainable Aviation Fuel’), e outros combustíveis renováveis.
O uso do sebo bovino para a geração de biocombustível é conhecido como ‘cowpower’.
Segundo o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), as emissões de dióxido de carbono (CO₂) relacionadas à aviação aumentaram em média 2,6% por ano nos últimos 25 anos, e o setor de aviação comercial responde por cerca de 5% da sobrecarga global do clima. Com isso, o SAF se apresenta como uma alternativa climática amigável ao combustível fóssil, pois pode reduzir as emissões de carbono em até 70% e pode ser usado como uma mistura de até 50% no tanque de querosene usado em aeronaves comerciais.
Para Jason Weller, CSO global da JBS, a iniciativa reforça o compromisso da empresa com a gestão responsável de resíduos e com a promoção da economia circular em suas operações.
“O setor de aviação foi historicamente desafiado na descarbonização, pois depende de combustível fóssil. Ao reaproveitar resíduos animais, contribuímos para o meio ambiente e ajudamos este setor crítico em seu processo de descarbonização”, afirma.
Iniciativa no Brasil
No Brasil, a Friboi iniciou estudos para testar a viabilidade de fornecer resíduos animais para a produção de combustível de aviação. Já a Biopower, também da JBS, avalia a viabilidade de produção de combustível renovável para navios, como opção ao bunker oil, combustível fóssil predominantemente utilizado pelas embarcações marítimas.
A Biopower é uma das maiores produtoras brasileiras de biodiesel a partir de resíduos orgânicos do processamento de bovinos – uma alternativa para emitir 80% menos gás carbônico em comparação ao diesel fóssil. A empresa possui plantas em operação nas cidades de Mafra (SC), Lins (SP) e Campo Verde (MT).