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Porto Alegre — A partir desta quarta-feira (22/5), os resíduos da enchente que estão sendo retirados da cidade de Porto Alegre têm destino.
Localizado a 20 quilômetros da Capital, em Gravataí, o aterro de inertes Unidade de Valorização de Resíduos da Construção Civil São Judas Tadeu Ltda foi divulgado, pelo Diário Oficial de Porto Alegre, como o novo destino do que sobrou da enchente na capital.
Com capacidade de receber entre 77 mil a 180 mil toneladas de lixo, o espaço de 270 hectares foi contratado em caráter emergencial de um ano pelo custo de R$ 19,7 milhões. No entanto, a expectativa é de que o material seja realocado em até seis meses.
Outra novidade é que, até ser aterrado, os restos ficarão temporariamente hospedados em locais que a prefeitura chamou de “bota-espera”, microunidades de transbordo regionalizadas nos bairros Centro, Serraria, Sarandi e Humaitá.
“Esta é uma solução que criamos junto a Fepam [Fundação Estadual de Proteção Ambiental] e Sema [Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado do Rio Grande do Sul] para dar agilidade”, explica o diretor-geral do Departamento Municipal da Limpeza Urbana (DMLU), Carlos Alberto Hundertmarker.
Segundo ele, serão dois pontos na Loureiro da Silva, para receber material do Centro; Menino Deus e Cidade Baixa; outra ainda na Serraria, para dar conta da zona sul e extremo sul, e outras duas no bairro Sarandi e Humaitá. “Ali a água ainda não escoou, teremos que esperar mais um pouco para iniciar a limpeza”, continuou.
O custo da destinação R$ 109 a tonelada contempla o tratamento, não incluso o deslocamento. O transporte fica a cargo da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Smsurb).
“O governo federal vai auxiliar com recursos para esta finalidade, transferindo recurso para o caixa único do município. Como a Smurb é uma secretaria e somos uma autarquia, estamos dividindo os investimentos”, aponta Hundertmarker.
O material, que atualmente está sendo coletado por 20 equipes da autarquia por meio de 400 colaboradores e mais 3,5 mil cooperativados, conta com a logística de 65 caminhões.
Tipos de resíduos
Até o momento, foram recolhidas 4,1 mil toneladas, além das usuais 1,2 toneladas de resíduo domiciliar rotineira da cidade. Para a população, a orientação tem sido destinar o resíduo das enchentes no passeio público.
Sobre os tipos de resíduos, o DMLU explica ainda que há diferentes abordagens frente ao que é encontrado. Para corpos humanos, a identificação e remoção é feita pelo Instituto Médico Legal (IML).
Já para animais pequenos e menores são os próprios garis do DMLU que recolhem, e animais maiores ficam a cargo da Secretaria da Agricultura. Para os veículos, uma força-tarefa será montada com Sema e Detran.
Números da enchente
Até a manhã desta quarta-feira (22/5), as fortes chuvas no estado mataram 161 pessoas, com 467 municípios afetados e 581,6 mil desalojados. No total, as enchentes atingiram 2,3 milhões de pessoas, segundo o mais recente boletim divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, às 9h de hoje. Oitenta e duas seguem desaparecidas.