Representando Lula, Alckmin atrai ex e atuais tucanos a evento em GO
Em Goiânia (GO), o candidato a vice-presidente na chapa de Lula (PT) participou de ato de campanha ao lado de lideranças do PSDB estadual
atualizado
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Goiânia – Rodeado de lideranças de seu ex-partido, Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participou de evento de campanha na capital de Goiás, nesta quarta-feira (21/9). Questionado sobre o apoio de tucanos, adversários históricos do Partido dos Trabalhadores (PT), o ex-governador de São Paulo disse que isso é resultado do “entendimento da gravidade do Brasil hoje”.
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A possível aproximação da campanha do PT com integrantes do PSDB tem sido destaque, nas últimas semanas. Em Goiânia, isso se demonstrou de maneira clara. O coordenador da campanha de Lula, no estado, é José Eliton, hoje no PSB, ex-governador de Goiás pelo PSDB e, também, ex-presidente do partido.
Veja imagens:
Estiveram presentes, ainda, no evento a presidente metropolitana do PSDB, a vereadora Aava Santiago, e o ex-deputado federal, membro da direção nacional do partido, Giuseppe Vecci. “Companheiros do PSDB, não é momento de trazermos à tona as nossas diferenças pequenas, tacanhas e miúdas. O momento é de termos consciência da grandeza do Brasil”, expressou Aava em discurso.
Alckmin não só agradeceu como destacou a presença dessas lideranças como um aceno claro da frente ampla que o PT tenta construir para vencer já no primeiro turno. “Não estamos constrangendo ninguém. As pessoas são livres para decidir, mas tem tido, naturalmente, o entendimento da gravidade que o Brasil está”, frisou.
O ex-governador de SP lembrou ainda que ele próprio já foi adversário de Lula em eleições passadas, assim como os antigos companheiros de partido José Serra e Fernando Henrique Cardoso. “Não se pode mentir. Ninguém nunca questionou a democracia”, pontuou.
Apoio de Serra
A reportagem do Metrópoles perguntou a Alckmin se existe, de fato, um diálogo aberto entre a campanha do PT e José Serra para uma possível declaração de apoio a Lula. O candidato deixou em aberto: “Só ele pode falar”.
Nos bastidores, fala-se numa suposta oficialização desse apoio, assim como já foi acenado por outros líderes tucanos. O ex-senador Aloysio Nunes, por exemplo, não esperou o segundo turno para sinalizar sua posição diante do pleito atual.
Em publicação nas redes sociais, nesta terça-feira (20/9), Nunes defendeu Lula após uma comparação feita pela candidata Simone Tebet (MDB).
“Simone faz contorcionismo político quando iguala Lula a Perón: Perón foi um populista autoritário, o governo de Lula foi popular e democrático”, escreveu ele no Twitter.
Veja:
Simone faz contorcionismo político quando iguala Lula a Perón: Perón foi um populista autoritário, o governo de Lula foi popular e democrático.
— Aloysio Nunes (@Aloysio_Nunes) September 20, 2022
Com empresários
Geraldo Alckmin esteve em Goiás para participar de encontros com empresários e outras lideranças. Também se reuniu com candidatos locais que apoiam a chapa Lula/Alckmin, além de militantes. A esposa dele, Lu Alckmin, também passou parte do dia na capital goiana. Ela se reuniu com representantes de cooperativas, visitou um centro educacional e também participou de reunião com empresários.
A reunião empresarial dos Alckmin em Goiânia foi a portas fechadas na sede da Associação Comercial e Industrial de Goiás (Acieg). Atualmente, o presidente Jair Bolsonaro (PL) é o preferido pelo setor, mas a campanha de Lula tenta quebrar barreiras em Goiás e na região Centro-Oeste, onde existem bolsões fortes do bolsonarismo, principalmente ligados ao grande agronegócio.
É de Goiás, inclusive, o grupo de WhatsApp de empresários que foi pauta de matéria do Metrópoles e mostra que já circula, entre eles, pedidos de orações para intervenção divina em busca de uma vitória de Bolsonaro sobre Lula.