Representação é aberta na OAB contra advogado que humilhou Mari Ferrer
Solicitação é para que seja instaurado um processo administrativo disciplinar para avaliar a conduta de Cláudio Gastão da Rosa Filho
atualizado
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Uma representação foi aberta no Tribunal de Ética e Disciplina da Subceção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da Seccional de Santa Catarina contra a conduta do advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho na audiência de julgamento de André de Camargo Aranha, acusado de estuprar a influencer Mari Ferrer.
Segundo o advogado Marco Vicenzo, autor da representação, a conduta de Gastão “claramente ofendeu o Estatuto da OAB, mostrando-se prática incompatível com a dignidade da profissão”. Para ele, as imagens da audiência comprovam uma verdadeira “agressão moral” contra Mariana.
A fim de fortalecer a representação, é citada a nota de repúdio emitida pela Comissão Nacional da Mulher Advogada frente aos atos do advogado.
“É inadmissível o tratamento recebido pela vítima durante a sessão. É indispensável que seja apurada a ação ou omissão de todos os agentes envolvidos, já que as cenas estarrecedoras divulgadas mostram um processo de humilhação e culpabilização da vítima, sem que qualquer medida seja tomada para garantir o direito, a dignidade e o acolhimento que lhe são devidos pela Justiça”, diz a nota.
Obrigatoriedade
A representação foi aberta em Santa Catarina por obrigatoriedade, pois Gastão é advogado registrado no estado. Porém, a ideia é que exista um processo para recorrer nacionalmente. “A OAB não se manifestou como deveria, o presidente da Ordem tem deixado a sociedade perder o respeito pela classe“, destacou Vicenzo.
O objetivo é justamente que seja instaurado um processo administrativo disciplinar contra Cláudio Gastão da Rosa Filho para avaliar a postura incondizente com a dignidade da profissão.
Vicenzo afirma que a conduta de Gastão humilhando Mariana na audiência não é justificativa para a quebra dos princípios de ética da OAB.
Ele também diz que não pretende interferir no caso. “Não tenho prerrogativa e nem intenção de interferir no deslinde do processo, tendo em vista que as provas que foram divulgadas não apontam para nenhuma certeza real”, conclui o Vicenzo.