RenovaçãoBr diz que não é de direita e nem de esquerda
Apoiado por Luciano Huck, RenovaBR foge de polêmicas ideológicas e pretende lançar 100 candidatos
atualizado
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Construir uma candidatura em tempos de Lava Jato não é tarefa fácil, mas, à procura de talentos desconhecidos, o movimento RenovaBR começa a chamar a atenção na busca de nomes para disputar as eleições de 2018. Idealizado pelo empresário Eduardo Mufarej, o grupo já ganhou o apoio de famosos, como o apresentador Luciano Huck e o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, e vai oferecer cursos de formação para jovens que desejam entrar na política.
A ideia é preparar potenciais candidatos para os cargos de deputado federal e estadual. Ao menos na próxima eleição, porém, o RenovaBR não vai investir no treinamento para a cadeira hoje ocupada pelo presidente Michel Temer. “O nosso foco é o Legislativo, mas não se trata de um movimento nem de direita, nem de esquerda”, disse Mufarej, mentor do projeto e sócio da Tarpon Investimentos. “Queremos tentar aproximar o Brasil, e não dividir. Existe gente competente nos diferentes espectros ideológicos.”
Os selecionados receberão ajuda de custo equivalente a uma bolsa de estudo – de janeiro a junho de 2018 – para se dedicar ao aprimoramento político. As disciplinas oferecidas estão ancoradas em temas como ética, democracia, funcionamento do Estado, planejamento, estratégia e liderança.
Além de Luciano Huck – também padrinho do movimento Agora! – e de Armínio Fraga, o empresário Abílio Diniz é outro entusiasta do RenovaBR. Dos 60 voluntários que integram essa rede, a maioria é composta por empresários e profissionais liberais.
Sondado por vários partidos, entre os quais o DEM e o Novo, Huck tem aparecido nas rodas políticas como possível nome ao Palácio do Planalto, mas nega que será candidato. “Ele acredita no RenovaBR porque advoga por outra política. A gente precisa ter uma catarse, recuperar a capacidade de pensar no futuro. É nesse contexto que observamos tanto o apoio do Huck como de outras pessoas”, afirmou Mufarej, também presidente do Conselho da Somos Educação e da Confederação Brasileira de Rugby.
Bolha
Questionado sobre o cenário de 2018 para a sucessão de Temer, o empresário foi cauteloso e não quis fazer apostas sobre nomes como Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PSC), Geraldo Alckmin (PSDB), João Doria (PSDB), Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT).
“Acho que está todo mundo vivendo numa pequena bolha, falando para si mesmo. A gente está deixando de falar sobre o que nos une e só está falando das diferenças”, argumentou.
Mufarej disse, ainda, que o RenovaBR não traçou um perfil de partido com o qual quer se aproximar em 2018. Lembrou, por exemplo, que entre os inscritos para o treinamento há filiados de várias cores partidárias. “Queremos ficar longe das falsas polêmicas sobre Estado grande e Estado pequeno. Acho que todo cidadão brasileiro quer um Estado que funcione, isso sim”, insistiu ele.
Disposto a derrubar a tese de que uma mão lava a outra, Mufarej afirmou que o grupo não vai cobrar o cumprimento de uma agenda específica por parte de seus “alunos” eleitos. “Não teremos uma bancada no Congresso e eu não vou pedir a ninguém que apresente um projeto para botar o rúgbi nas escolas”, brincou. “A contrapartida que a gente espera é que a pessoa seja militante do combate à corrupção, que cumpra o mandato até o fim e que preste contas ao eleitor.”