Renan cobra base do governo e diz que vai ao STF por CPI da Braskem
Pai do ministro dos Transportes, senador Renan Calheiros pede a líderes indicação de membros da CPI até sexta-feira ou irá ao STF por nomes
atualizado
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Líder da maioria no Senado, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que se até a próxima sexta-feira (08/12) os partidos não indicarem membros para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem, ele vai ao Supremo Tribunal Federal (STF) judicializar a questão e obrigar a indicação de integrantes e, em seguida, a instalação do grupo. A mesma tática foi usada na CPI da Covid-19, em 2021.
A cobrança de Calheiros atinge diretamente a base governista, visto que até o momento apenas o MDB indicou dois membros. Diante do cenário de calamidade em Maceió, no qual minas da empresa Braskem estão em risco de um colapso que deve “engolir” uma região da capital de Alagoas, Renan tenta destravar a instalação da comissão. A situação gerou a evacuação de ao menos 60 mil pessoas até o momento.
“O presidente [Rodrigo] Pacheco apoia e vamos pedis aos outros líderes. Vou procurar falar com cada um dos líderes. Existe um lobby muito grande da Braskem para não ter CPI. (…) Não é possível esperar mais, porque o problema está em curso. É uma medida emergencial”, disse.
A comissão em questão já foi criada, e basta agora a indicação de integrantes para a instalação. Ou seja, está faltando vontade política para tirar a CPI do papel.
Conforme o senador, a atuação de uma CPI pode ajudar na solução do problema. “Não é contra o governo, não é contra a Petrobras”, disse ao Metrópoles. A Braskem tem como uma de suas acionistas a Petrobras, empresa estatal. “É importante que se resolva, que junte todo mundo para agilizar uma solução”, afirmou.
Para além da questão emergencial, Renan tem um interesse político na situação, quando o problema recai sobre a prefeitura de Maceió, de um grupo político que se opõe a Calheiros. Em julho deste ano, a Braskem fechou um acordo de indenização de R$ 1,7 bilhão com a prefeitura comandada por JHC (PL), em razão do afundamento do solo dos bairros atingidos.
Calheiros afirma que o acordo deu “total isenção à Braskem e devolveu os terrenos dos bairros que afundaram”. “Quem cuida do monitoramento é a própria Braskem. Quando a gente começou a dizer que estava estendendo a área afetada, a prefeitura corria para dizer que não era bem assim”, acusa.