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Remédios para intubação em hospitais particulares só duram mais 4 dias

Fármacos usados na intubação de pacientes com Covid-19 estão com estoques limitados. Unidades médicas cobram soluções do Ministério da Saúde

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
UTI
1 de 1 UTI - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Pela segunda vez em cinco dias, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) alertou ao Ministério da Saúde que medicamentos usados nas intubações durante o tratamento da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, acabará em, no máximo, quatro dias.

Nesta quinta-feira (25/3), a diretoria da entidade divulgou carta aberta na qual critica a “desorganização” que a requisição de estoques, feita pelo governo federal, causou no sistema de saúde.

Nos bastidores do governo, o problema pode resultar na queda de um nome da Esplanada. O entendimento é que somente a substituição do ministro das Relações Exteriores, chanceler Ernesto Araújo, poderia apaziguar a relação brasileira com países como China, Índia e Estados Unidos — principais produtores de vacinas e insumos médico-hospitalares. A pressão é liderada pelos presidentes da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

No último sábado (20/3), a associação indicou que os remédios para intubação não durariam muito tempo, devido ao agravamento da crise em função da pandemia e da dificuldade de compra.

Agora, sob pena de muitos hospitais privados perderem as condições de atendimento aos pacientes com Covid-19, a Anahp cobra que a pasta federal da Saúde distribua os estoques decorrentes da requisição que realizou.

“Os associados, em um esforço emergencial, já definiram a estratégia de acesso a fornecedores internacionais, por meio de importações extraordinárias dos produtos em falta. Tal possibilidade apenas tornou-se viável pela sensibilidade e agilidade demonstradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ao alterar procedimentos administrativos, de modo a permitir as importações no menor tempo possível”, destaca trecho do documento.

Ministério da Saúde requisitou, em 17 de março, estoques da indústria de medicamentos, para suprir a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS), diante da alta nas internações em todas as regiões do país.

A solicitação diz respeito a sedativos, analgésicos e bloqueadores musculares usados para intubar pacientes.

Remédios com estoques escassos: 

  • Propofol
  • Cisatracurio
  • Atracúrio
  • Rocuronio
  • Midazolam
  • Fenatanila

Segundo a entidade, importações emergenciais estão sendo feitas, mas a “solução em curtíssimo prazo” depende de decisão da pasta federal de requisitar os produtos.

O Metrópoles entrou em contato com o Ministério da Saúde, mas ainda não obteve resposta. O espaço continua aberto para esclarecimentos.

O mais recente posicionamento da pasta indicou que mais de 2,8 milhões de unidades de medicamentos de intubação seriam distribuídas para todo o Brasil, por meio de uma parceria firmada com três empresas fabricantes.

Estados em crise

Estados e municípios vêm alertando para falta de medicamentos para intubação. Sete estados estão em alerta e, em outros seis, a situação é crítica – Acre, Rondônia, Mato Grosso, Amapá, Ceará e Rio Grande do Norte têm o pior panorama.

Na última terça-feira (23/3), a Associação Médica Brasileira (AMB) também alertou para o desabastecimento. “Faltam medicamentos para intubação de pacientes acometidos pela Covid-19”, cravou, em boletim.

Indústria no limite

Ao participar da audiência pública da Comissão Externa da Câmara que acompanha as ações de enfrentamento à Covid-19, também na terça, a diretora da Anvisa, Meiruze Sousa Freitas, afirmou que a indústria nacional está “no limite” de sua capacidade de produção de medicamentos usados no processo de intubação.

“O que se percebe, dentro do nosso conhecimento de capacidade produtiva, é que as empresas estão no limite de produção. Algumas empresas aumentaram em quatro ou sete vezes e tem empresas que dedicaram toda a sua produção aos medicamentos de intubação orotraqueal”, salientou.

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