Remédios de intubação de hospitais privados podem acabar em 48h
O estoque atual de remédios para intubação varia de 4 a 19 dias. O Ministério da Saúde requisitou na quarta-feira estoques da indústria
atualizado
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A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) declarou, em carta aberta, que as requisições do governo federal feitas à indústria para aquisição de remédios do “kit intubação” estão desorganizando os estoques das unidades particulares de saúde.
A situação é tão grave que em algumas instituições, segundo a entidade, os medicamentos usados no atendimento a pacientes com Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, podem se esgotar em quatro dias.
“A situação é crítica e, se medidas urgentes não forem tomadas em âmbito nacional, mais pacientes morrerão”, frisa trecho do texto.
Levantamento realizado pela associação revela que em 18 de março a escassez de medicamentos essenciais, especialmente os sedativos necessários para intubação, já estavam com baixo estoque. Entre os exemplos então o propofol e o cisatracurio, que durariam apenas 48 horas.
“Há um ano, o Brasil tem se mobilizado para o enfrentamento da Covid-19. A saúde, sem dúvida, é um dos setores mais afetados pela pandemia, e tem se deparado com vários desafios importantes”, ressalta o documento.
A carta completa. “Um dos mais graves, neste momento, é a iminente escassez de medicamentos necessários para atendimento aos pacientes graves acometidos pela Covid-19, bem como a requisição desses medicamentos pelas secretarias municipais de saúde e pelo Ministério da Saúde”, finaliza o texto.
Estoque atual médio nas unidades privadas da Anahp
- Propofol – 4 dias
- Cisatracurio – 4 dias
- Atracúrio – 4 dias
- Rocuronio – 9 dias
- Midazolam – 14 dias
- Fenatanila – 19 dias
O Ministério da Saúde requisitou na quarta-feira (17/3), estoques da indústria de medicamentos para suprir a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS) diante da alta nas internações em todas as regiões do país.
A requisição diz respeito a sedativos, analgésicos e bloqueadores musculares usados para intubar pacientes. Para a Anahp, a decisão do ministério afeta recursos que já tinham sido contratados e ameaça também a rede particular.