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Campanha da Fraternidade: lançamento tem crítica à nova Previdência

Abertura do programa neste ano também foi palco de ataques à situação de “sucateamento” do Sistema Único de Saúde (SUS)

atualizado

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Divulgação/CNBB
Dom Sérgio da Rocha CNBB
1 de 1 Dom Sérgio da Rocha CNBB - Foto: Divulgação/CNBB

Apesar da tentativa de bispos de desvincular a Campanha da Fraternidade, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), de “guias ideológicos e partidários”, o lançamento do programa deste ano, nesta quarta-feira (6/3), não ficou livre de críticas à reforma da Previdência e à situação do Sistema Único de Saúde (SUS). O tema principal da campanha neste ano são as políticas públicas.

Presente à mesa do lançamento, Geniberto Paiva Campos, médico cardiologista e instituidor do observatório de saúde do Distrito Federal, questionou a reforma da Previdência, principal bandeira atual do governo de Jair Bolsonaro (PSL).

“Será que a reforma da Previdência, que já vem discutida desde o governo anterior, ela não seria um retorno ao século 19? (Vamos) Tirar esses direitos?”, questionou.

Já a representante do Conselho Nacional de Saúde Vânia Lúcia Ferreira Leite, também presente à mesa, fez uma crítica ao “sucateamento” do Sistema Único de Saúde (SUS). Ela citou a Emenda Constitucional 95, que instituiu o teto de gastos, como exemplo de mudanças que podem comprometer o financiamento do sistema.

A mesma emenda também foi criticada por Gilberto Vieira dos Santos, secretário-adjunto do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que citou a necessidade de políticas públicas para os povos indígenas.

O cardeal Sergio da Rocha (foto de destaque), arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, disse que não há um posicionamento oficial da confederação sobre a reforma da Previdência.

“Mas vale aquilo que nós já temos afirmado anteriormente, isto é, que não se penalize aqueles que já são mais sofridos na própria sociedade, que não haja perda de direito dos trabalhadores”, afirmou o bispo.

“Nesse momento, na elaboração de uma proposta é necessário considerar esses trabalhadores. O povo mais pobre e sofrido que necessita ser assistido e não sacrificado ainda mais”, disse.

“A Igreja já se manifestou em governos anteriores a respeito disso e a nossa missão profética continua viva, ou seja, nesse momento nós continuamos também a alertar para que ao pensar a vida política do País se assegure os direitos fundamentais da população”, reforçou.

Posse de armas
Ao responder sobre as atuais políticas públicas do governo Bolsonaro sobre posse de armas, Dom Sérgio disse que a igreja já ressaltou em outras ocasiões que “a construção da paz seja feita por meio da justiça social”.

Em relação aos indígenas, ele disse que continuam a defender o respeito à vida, terra e cultura dos povos indígenas. “Não é porque temos situações novas que vamos deixar de anunciar aquilo que tem sido critério orientador da conferência episcopal”, afirmou.

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