Relembre outros casos de morte e agressão nas lojas do Carrefour
Morte de um homem negro em unidade de Porto Alegre (RS) gerou revolta. Hipermercado já protagonizou outros casos de violência nas lojas
atualizado
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Na noite dessa quinta-feira (19/11), um homem negro foi assassinado em uma unidade da rede de hipermercados Carrefour, na zona norte de Porto Alegre (RS). Identificada como João Alberto Silveira Freitas, a vítima tinha 40 anos e foi espancada por seguranças do local após uma suposta discussão com funcionários da empresa.
Esta, no entanto, não é a primeira vez que o Carrefour protagoniza casos de morte, racismo e agressão em suas dependências. O hipermercado já foi acusado de esconder o corpo de um funcionário que morreu no local, culpado pela morte de um cachorro e pela agressão de clientes. Relembre os casos:
Corpo coberto com guarda-sóis
Em agosto deste ano, Moisés Santos, funcionário da rede em Recife (PE), sofreu um infarto enquanto trabalhava na loja.
Para garantir que o hipermercado continuasse a atender os clientes que circulavam pelo espaço, funcionários cobriram o corpo de Moisés com tapumes e guarda-sóis. O corpo ficou no local entre 8h e 12h, até ser retirado por uma equipe do Instituto Médico Legal (IML).
A situação gerou revolta nas redes sociais. À época, o Carrefour lamentou a morte de Moisés. Em nota, disse que foi “um triste acontecimento para todos os colaboradores”. O hipermercado também afirmou que todos os protocolos de funcionamento da rede foram revisitados.
“O inesperado falecimento do Sr. Moisés Santos, vítima de um infarto, foi um triste acontecimento para todos colaboradores. O Carrefour sente muito e informa que, por conta do ocorrido, revisitou seus protocolos, implementando a obrigatoriedade de fechamento das lojas para fatalidades como essa”, diz trecho.
Morte de cachorro
Em novembro de 2019, um cachorro foi agredido por um segurança do Carrefour em Osasco (SP). Câmeras de segurança mostram o momento em que o homem leva o cachorro para os fundos da loja. Ele usa uma barra de ferro para bater no cão.
Segundo testemunhas, o cachorro — apelidado carinhosamente de Manchinha — circulava pelo estacionamento da loja há semanas e foi acolhido por funcionários e clientes do hipermercado. Depois da agressão, ele chegou a ser socorrido por veterinários, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
O caso revoltou internautas, famosos e ativistas pelos direitos dos animais. O supermercado teve que firmar um termo de compromisso com o Ministério Público de São Paulo e a prefeitura da cidade, e foi obrigado a pagar R$ 1 milhão a um fundo criado pelo município.
Do valor, R$ 500 mil foram destinados à castração de cães e gatos, R$ 350 mil para a compra de medicamentos para animais do Hospital Veterinário municipal, e R$ 150 mil para a aquisição e entrega de rações para ONGs e associações da cidade.
Em nota, a empresa reconheceu o problema e disse que implementaria um “extenso plano de ação em prol da causa animal, estruturado com apoio de diversas ONGs e entidades, com ações em curso na cidade de Osasco e no país”.
Agressão e perseguição
Em outubro de 2018, o cliente Luís Carlos Gomes foi agredido por um funcionário do Carrefour de São Bernardo do Campo (SP), por ter aberto uma lata de cerveja dentro da loja. Luís teria dito que pagaria pelo item, mas foi perseguido pelo gerente e por um segurança da loja.
Vídeos mostram o momento em que os funcionários o encurralaram no banheiro e o agrediram em uma esteira rolante nas dependências do mercado. Luís é negro e deficiente físico e acusou a rede de racismo e discriminação, pedindo indenização de R$ 200 mil.
Em nota, o Carrefour alegou que repudia qualquer tipo de violência e que “realiza treinamentos e reorienta suas equipes, a partir da prática do respeito que exige dos seus colaboradores e prestadores de serviço”.
Ponta de cigarro jogada em bebê
Em setembro de 2016, a 5ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) condenou o Carrefour a indenizar uma família por danos morais, em R$ 10 mil. O motivo foi uma ponta de cigarro jogada no carrinho de um bebê dentro do hipermercado, em maio de 2015.
Segundo os pais da criança, a “bituca” de cigarro foi atirada por um funcionário da loja. O bebê sofreu uma lesão por queimadura no pé. À época, a loja alegou que a prática de fumar no interior ou nos arredores do estabelecimento não é comum e disse que cumpriria a decisão judicial.
Racismo
Em 2009, Januário Alves Santana, cliente do Carrefour em Osasco (SP), foi acusado de roubar o próprio carro, modelo EcoSport.
Na época, manifestantes protestaram no estacionamento do supermercado. O Carrefour afirmou que afastaria o gerente da unidade e a empresa Nacional de Segurança Ltda., responsável pelo serviço na loja.